novembro 30, 2008

>>>>>>>>> os sinais do fim do dia <<<<<<<<<


na chegada da noite
conjuram-se
os sinais do fim do dia
o sol-pôr fervilha
nos rasgos do teu olhar
o breu
inicia o seu ritual
sombras
em que a lua é invisível
odores estranhos
e fulgores violáceos
inebriam-me
aliviando
a angustia da espera
do nosso madrugar
poema e fotos:poetaeusou

novembro 28, 2008

>>>>>>>>homenagem a Redol em palavras já ditas

porque te esqueceram, Redol ?
39 anos da morte de Alves Redol
escultura de: José Dias Coelho, o pintor que Zeca Afonso, cantou . . .
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
>>> Alves Redol 29-12-1911 - 29-11-1969 <<<
*****
>>>> nunca te esqueço <<<< «» imberbe, foi há um ror de anos, tenho sempre presente, parece que foi “amanhã”, Biblioteca da Nazaré, entro, boa noite meus senhores, o sr. Abel sempre presente, na companhia do seu amigo, Alves Redol, corro para as estantes, ouço uma voz, como te chamas… migo, Zé respondi, e eu António, o que vais escolher ? mais um livro do júlio verne, retorqui. Eu posso indicar um ? pode sr. Redol, eu até agradeço, sabes o meu nome? quem não o sabe na Nazaré . . .vais ler estes, lês um pouco de cada, vais gostar da experiência, e senti um estranho estímulo, quando recebi das mãos de Redol, Os Esteiros, do Soeiro Pereira Gomes e Quando os Lobos Uivam, de Aquilino, ouvindo estas palavras, Zé, os lobos não são aqueles que estás a pensar, esses em que pensas, só atacam com a fome, cuidado com os outros com duas pernas, os insaciáveis.
<<<<<>>>>>
“ Amigo Redol, encontrei muitos lobos de enormes bocarras …
e hoje tenho a capacidade de ler quatro/cinco, livros em simultâneo”
*****
> uma parte da obra de Redol < «» gaibéus, marés, os avieiros, fanga, barranco de cegos, anúncio, reisnegros, porto manso, horizonte cerrado, os homens e as sombra, vindima de sangue, olhos de água, a barca dos sete lemos, o cavalo espantado, o muro branco,
e
Uma Fenda na Muralha
Alves Redol quis ver “in loco”, foi á pesca, no barco do mestre Zé Peixe, caiu uma borrasca, grande tormenta, o tio Zé Peixe tremeu com tamanha responsabilidade de ter a bordo o seuamigo Redol, quis aproar a Peniche na altura, um porto mais seguro, confrontado Redol apenas disse, mestre sou apenas mais um camarada que está a bordo, vamos para a Nazaré.O mar da Nazaré, prestou homenagem aos pescadores que engoliu durante séculos, e fez uma MURALHA entre o barco e o areal nazareno, fazendo sentir na pele de Redol, o quanto era desumana a forma como os pescadores ganhavam o seu sustento, mas . . . quem dirigia o barco era um mestre que respeitava o mar, Zé Peixe, esperou, esperou, pelo intervalo das 7 ondas, respeitou o mar, no chamado raso, enquanto o mar se espreguiçava, aproou ao areal, levando Redol a gritar, mestre Zé Peixe, isto é uma autentica fenda na muralha ...
*****
Texto : POETAEUSOU
*****
Para Redol, um Poema do seu amigo António Salvado
*
barcos sem rios os gaibéus desciam
nas veias do silencio e da revolta
e era a viagem de nenhum regresso
na secura dos lábios renasciam
sementes do granito das origens
ou corações de xisto nas lezírias
distantes da saudade e do exílio
e era a viagem de nenhum regresso
levavam no seu rosto esse destino
em fome e nos seus olhos a tristeza
vivia sangue o pranto que se ouvia
pela noite tão longa do seu canto
( desciam até onde não sabiam
qual a viagem do nenhum regresso )
*****
poema de: António Salvado
texto: poetaeusou
*****

novembro 27, 2008

>>>>>>>>>>>>>>os teus olhos <<<<<<<<<


os teus olhos
são profundos degraus
inclinadas escadas
do vazio que eu sou,
os teus olhos
são afiadas nortadas
pavor das incautas grutas
os covis das maresias,
os teus olhos
são o mel da tempestade
fragmento do meu sonho
cavernas, cofre sagrado,
dos esconderijos de amor
poema e fotos:poetaeusou

novembro 26, 2008

>>>>>>>>>entre um beijo renovado <<<<<<<<<


vivo
na margem do instante
construindo a fronteira
entre um beijo renovado
vivo
na coragem fugidia
desfigurando o medo
no dilatado momento
dos aguçados instintos
fujo
das lonjuras do feitiço
sítios velhos recalcados
de alcantilados meandros
fraccionando os rochedos
onde nos roubam o tempo
poema e fotos:poetaeusou

novembro 25, 2008

>>>>>>>>>>>>>> tálamo de estrelas <<<<<<<<<


recolho as brisas
em ti espumadas
pólen salgado
orvalhando as dunas,
tálamo de estrelas
edredão ao vento
cobrindo anseios
em lavrado amor,
por ti naufragado
na praia que eu sou
poema e fotos:poetaeusou

novembro 24, 2008

>>>>>>>>> dos silfos da aurora <<<<<<<<<


sou
a anti-matéria
dos diáfanos claustros
anjo da luz
do transcendental túnel
noutra dimensão pairado
fui
o plasma original
a mente indelével
dos silfos da aurora
buscando nas potestades
a matéria de que és feita
poema e fotos:poetaeusou

novembro 23, 2008

>>>>>>>>>>>>>> mastigando, na certeza<<<<<<


é aqui e ali
que me disperso
no recreio do destino,
quero vencer o tempo
na esquina dos minutos,
quero partir . . . ficando
e ficando, quero partir
numa missão clandestina,
eu vou comer o mundo,
mastigando, na certeza,
que me alimento de ti,
poesia-fotos-video:poetaseusou

novembro 22, 2008

>>>>>>>>>>>>>>nas tenazes do pudor<<<<<<<<<


o meu poema desliza
entre a avidez e o mar
cavalgando os anseios
em amarras conjugadas,
o meu poema abarca
nas tenazes do pudor
a lascívia dos impulsos
enrolados nas entregas
poema e fotos:poetaeusou

novembro 21, 2008

>>>>>>>>>>>>>> deixem-me sonhar paz <<<<<<<<<






















................
............

não me digam
que a paz
é um hiato da guerra
não aceito,
a paz é fugaz ? não,
a paz é perpétua !
e se, o não é
eu peço, no mínimo
que me deixem sonhar,
que me deixem fingir,
como pode existir a guerra
se eu tenho a paz no olhar,
como podem existir teatros bélicos ?
se a paz está rasada nos meus olhos ?
questionas –me,
não notas, que a guerra grassa por todo o lado ?
se é verdade, eu pergunto,
quem destrói a paz que eu semeio ???
poema e fotos: poetaeusou. . .

novembro 20, 2008

>>>>>>>>>>>>>> leva-me ao sol-pôr<<<<<<<<<


meu sol – nascente
das boreais auroras
leva-me ao pôr-do-sol
o lusco-fusco dos amantes,
embrulha a nortada da manhã
nos purpúreos reflexos do ocaso,
fecundando o contorno da volúpia
em delírios sufocados por poemas,
enfarta-me no festim das loucuras
nas desprendidas belezas ofertadas,
onde mergulho o secreto despertar
na fronteira desvairada que há em ti,
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 19, 2008

>>>>>>>>>>>>>>estendal de máscaras<<<<<<<<<


na aba dos ventos
dos jardins etéreos
esfumo horizontes
em bermas perdidas,
na curva do tempo
desenho as estátuas
estendal de máscaras
dos rasgados saberes,
nos degraus da vida
subo e desço as duvidas
segregando as memórias
de filtradas experiencias,
poema e fotos: poetaeusou

novembro 18, 2008

>>>>>>>>>> é na esquina dos pianos<<<<<<<<<


é a terra
que galga o mar
entre gaivotas bailando,
valsa da assoreada praia
nas maresias straussadas,
é na esquina dos pianos
que as omitidas guitarras
tocam inversas saudades
das redes que eu invento,
é no cálice dos rochedos
nas muralhas do compasso,
que sorvo o meu testemunho
em lençóis de mar bordados,
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 17, 2008

>>>>>>>>>>>>>> que num supor<<<<<<<<<


pairo
como pássaro voador,
na voz do silencio
que eu canto
na deserta praia,
coberta
de manto dourado,
suspenso
em aquietado sonho,
que num supor,
mergulha
nas pregas do mar,
buscando na maré vazia
a onda que partiu,
não, não fugiu,
caiu . . . no vento
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 16, 2008

>>>>>>>>>>>>>> nadar pelos ares<<<<<<<<<

PENICHE
VIDEO FEITO EM PENICHE

gostava de ser
uma onda sem mar
estendida na praia
ás conchas brincando,
mergulhar nas rochas
nadar pelos ares
voando sem asas
sem voz, a cantar
suplicando ao sol
uma chuvada forte
que lave por dentro
todo este desnorte
poema-fotos-videos:poetaeusou

novembro 15, 2008

>>>>>>>>>>>>>> á espera que os leias<<<<<<<


no meu vaguear
em busca de ti.
aglutino as letras
em densas palavras,
modifico nas marés
os ungidos poemas
á espera que os leias,
angustias navego
procurando abrigo
no cais da volúpia
onde tu desesperas,
poema-fotos-video-poetaeusou

novembro 14, 2008

>>>>>>>>>>>>>> feita alquimia <<<<<<<<<


Nazaré II

a minha teia
da fantasia
anda enredada
com o meu mar,
e na maré-cheia
da poesia,
é envolvida na dicotomia,
feita alquimia
no teu . . . olhar,
poemas-fotos-video:poetaeusou

novembro 13, 2008

>>>>>>>>>>>>>> de pintado pôr-do-sol<<<<<<<<<


navego
na folha caída
consumida
pelo tronco da vida
sentida
como barco á vela
na tela
de pintado pôr-do-sol
farol
em mar de arvoredo
enredo
da folha que dança
na esperança
de te abraçar
meu amor . . . meu mar
poema e fotos:poetaeusou

novembro 12, 2008

>>>>>>>>> sou o silencio da revolta <<<<<<<<<

esta imagem é minha tirada na berlenga, anda por aí . . .

sou aloé sou gaivota
fragas da maré-cheia
conectando vendavais
na miragem do segredo,
sou silêncio da revolta
de roupa de iodo vestido
sacudindo os sussurros
na agitação dos poemas,
poema e fotos:poetaeusou

novembro 11, 2008

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>farol meu<<<<<<<<<


serenamente
sinto a tua presença
como um presente
de memórias fluidas
filtradas do passado ,
quando na praia acolhia
vivas estrelas do mar
e por vivas, as devolvi
como fiz ao teu amor
num misterioso impulso
que nunca te expliquei
e que jamais compreendi,
poema e fotos: poetaeusou

novembro 09, 2008

>>>>>>>>> dilema o mar ou a maratona<<<<<<<



Singelo Sentir
***
bom dia
meu velho amigo
diz ? sim eu sei,
hoje é dia da maratona,
pois . . . mas a amizade manda,
como vês estou presente
não ao norte
junto aos rochedos
onde está muito barulho . . .
estamos melhor aqui ao sul
junto ao porto de abrigo,
mais sereno, mais calmo,
como as nossas conversas,
olha . . . quero um favor teu,
vou-te videar para mareares
nas estradas da net,
em troca vais enviar
os teus braços, as ondas,
contra o molhe,
para poder fixar no ricochete,
o teu manto de espuma mareante,
amigo pode ser ?
OK, vamos a “isso”
ao sol-pôr, venho mostrá-lo . . .
poema-fotos-videos:poetaeusou

novembro 08, 2008

>>>>>>>>>>>>>> enleando novelas<<<<<<<<<


cingido
ao presságio
envolvo sentidos
enleando novelas
de atadas fantasias,
submeto empenhos
a desejados devaneios
amarrando a liberdade
a interditados delírios,

poema e fotos:poetaeusou

novembro 07, 2008

>>>>>>>>>>>>>>>>>>> DESESPERADO<<<<<<


desesperado
fiquei á espera
da tua espera,
desesperei
quando compreendi,
que a espera é tua,
não desesperes
dessa espera,
compensar-te-ei
se tu quiseres,
do que esperaste
na espera longa,
desesperada,
que é tua e minha,
poema e fotos:poetaeusou

novembro 06, 2008

>>>>>>>>>>>>>> AO RELEMBRAR <<<<<<<<<


eu vou passar
dos limites do momento
desafiando
o desejo de ser tudo
é no limiar
do pensamento perdido
que encontro
tudo aquilo que me esmaga
ao relembrar
os traços indeléveis
do crepúsculo
no espaço intemporal
a que estou preso . . . a ti
poema-foto-video:poetaeusou

novembro 05, 2008

>>>>>>>>> fecundando entregas <<<<<<<<<


maré rochosa
em ti procuro
a força etérea,
opacos trilhos
gemidas fragas
talhadas em ti,
sereia penedo
véus de loucura
volúpia ao vento
fecundando entregas
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 04, 2008

>>>>>>>>>>>>>> pedras marinhas <<<<<<<<<


eu canto as pedras
de agradáveis formas
resistentes marcos
do desvairado mar,
eu canto os anseios
da mulher de pedra
soletrando esperas
nas ardentes marés,
eu canto o amor
cavalgando á solta
selvagem marinho
faminto das . . . pedras,
poema e fotos:poetaeusou