janeiro 31, 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . um grito amargurado


sofro
nas ruas vestidas
de um povo desnudo
acamando indignações
no leito das folhas findas,
canto
um grito amargurado
nas ramagens do destino
troncos de raízes eunucas
esterilizando a esperança,
componho
nos folhedos do provir
botões de ramas sem joio,
searas de côdeas puras
livres de falsos profetas
e de fazedores de propósitos
que algemam as Primaveras.
poema e fotos: poetaeusou

janeiro 28, 2010

. . . . . . . . . . .é na chuva dos teu poros


é na chuva dos teu poros
que transpiro recordações
fado trilhando guitarras
na memória das miragens,
viajo nas esquinas frias
das penumbras solarengas
bússola perdendo o norte
encalhando nas vielas,
vou esboçar as lembranças
nas entranhas das pracetas
ruas fugindo aos traçados
das telas cheias de .  .  . nada .
poesia e fotos: poetaeusou

janeiro 26, 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .atempado, tempo . . .



além destas portas
transporto o aquém

inventando visões
do tempo distante
fui escora perdida
espiando memórias
quimeras do tempo
em átrios furtivos,
no portal do tempo
faccionei alquimias
comportas da vida
portagens de mim
entrando a tempo
no tempo perdido
do tempo sem tempo.
poema e fotos:poetaeusou

janeiro 24, 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . foi no momento exacto



vesti-me de mar
com a ganga da falésia
carregando os meus poemas
nas folhas brancas da vida,
sentindo,
nas marés em desalinho
o vazio que sou feito,
rochedo fragmentado
na inconstância do verbo,
este sentir,
não foi antes nem depois
foi no momento exacto
quando o teu olhar chegou
e com o meu naufragou
no que resta . . . do que fui,
no que resta . . . para o sermos .
poema e fotos:poetaeusou

janeiro 22, 2010

. . . . . . . . . . .ordenava ás flores




se eu fosse a Flora
(a florida Deusa)
ordenava ás flores
que se aprumassem
ao entrares no meu jardim,
pediria aos canteiros
que esbanjassem aromas
nos perfumes despejados
na raiz do teu olhar,
e se me recusasses
a seiva de um beijo,
num arrebatamento
roubava teus lábios
prendia-os aos meus odores
e como pétalas orvalhadas
encharcava-te de amores .
poema e fotos: poetaeusou

janeiro 20, 2010

. . . . . . . . . . . beijando as rochas


  • beijando as rochas
    engendro silêncios
    enterrando os dias
    nas noites desnudas
    dos sons da cidade,
    luzeiros desaguam
    nos abismos da noite
    enjeitando as sombras
    dos amores de pedra,
    são becos malditos
    romances frustrados
    que aspiram atingir
    as praças . . . libertas.
    poema-fotos-video:poetaeusou

janeiro 18, 2010

. . . . . . . . . . nos rochedos paridos

inundando labirintos

entalhei
nos labirintos
as raízes do verbo
rasgando no areal
os rochedos paridos,
invento
nos dispersos penedos
as pedras da memória
vontades imprevistas
acelerando encontros,
retoco
as segregadas poalhas
ocultando sorrisos
nos teus lábios salgados,
coral de algas nascidas
nas grilhetas da verdade
onde guardo os meus segredos.
poema-fotos-video:poetaeusou

janeiro 15, 2010

. . . . . . . . . . nos canteiros escorados


o mar em flor

vem comigo olhar
para além da invernia
as flores sem tempo
feitas primavera,
são coloradas rosas
de pétalas sedentas
procurando a fonte
de orvalhos perdidos,
ouve o som do pólen
musicando o verde
nos canteiros escorados
dos nossos caprichos !
poema-fotos-video:poetaeusou

janeiro 13, 2010

>>>>>>>>>>>>> do tempo que é nosso<<<<<<<<


o olhar faminto

atreve-te
a sentir nos olhos
as asas versáteis
galgando a fronteira
do tempo que é nosso,
espreita
o olhar faminto
perdido em ti
que eu não evito
quando estou contigo,
embriões
de cálidos assopros
alados desejos
pedestal cativo
moldado por mim.
poema-fotos-video:poetaeusou

janeiro 11, 2010

>>>>>>>>>>o poetaeusou faz hoje três anos<<<<<




se a sardinha cai na rede, descuidada . . .

hoje o poetaeusou faz três anos, por isso,
não vou falar das minhas dúvidas existenciais,
não quero saber do que me meteram na cabeça e as
origens disto tudo, o verbo, o nascimento, o Adão sem
parra, a costela roubada e a Eva da maçã ou pêro mofo,
do paraíso, éden, pentateuco ou dos cinco rolos das escrituras
com o génesis ou não, da tora e da bíblia, do manitu e do
búfalo sentado, do al corão e do bin Laden, do Dalai Lama e do
João Garcia a escalar os himalaias para lhe pedir um autógrafo …
Olimpo ? quero lá saber se o zeus era o pai e dono da
minerva, minha irmã e deusa da sabedoria, hehehehe,
da Hera, protectora das mulheres, casamento e do nascimento
e que em Portugal não devem gostar dela, da gaia a mãe-terra,
do Apolo a luz do sol, da musica, da poesia e metrossexual …
e que o dionísio e o baco passem a vida a ver quem bebe mais,
quero lá saber, da Vénus e da Diana se o Carlos também não,
deusas ? sei lá, o que sei é que a Afrodite era do Adónis, e o
Eros não comia ostras, o resto é conversa fiada, tangas, tretas . . .
cheio da amaterasu japonesa, da hindu ambika, tetis e da selene,
quero lá saber do Jorge Amado e se a gabriela tinha sapatos
ou não, nos orixás, iemanjá ou inaê, nas sereias, nas musas,
nas ninfas e se o poseidon estava exilado na ilha dos amores . . .
estou farto, do aquilino, lobo antunes, rómulo x gedeão, do
pessoa, espanca, sophia, agostinho da silva, natália, nemésio.
redol , das bocas do marcelo, das grades do tó vitorino, das
sextas-feiras loucas da manuela, da ronca da júlia pinheiro
e do circulo quadrado em forma de paralelepípedo obtuso …
fartíssimo do picasso, matisse, degas, da vieira, do dali e daqui,
pôrra para a globalização, para liberalização do mercado e
para o karl marx , cujo capital, me “enganou bem enganado”.
e o nobel ? quem é esse gajo, perguntou o paulo futre… boa,
nem do pinto da costa, prevendo crude na luz e em alvalade,
dos sete mil setecentos e sete cantores do fedor das televisões
e dos gatos fedorentos (vivó benfica), o bocage e o aleixo, e o
farta discos do zeca afonso (a morte saiu á rua num dia assim)
até do almada estou farto, - morra dantas, morra pin, pin !
pin, pin, raio de som para uma bala, irá casar com um torpedo ?
estou farto das otas e contra-otas e dos TGV para as berlengas,
da altivez do socras (como está nosso primeiro) da avozinha
manuela (um jino), do s.jerónimo das rumbas (avante camarada)
dos portas da direita e da esquerda (abençoada mãe que deu á luz
a dualidade), do Google louçã (ai se o M. Brand imitasse a tua voz).
quero lá saber de mim, do que sou e serei, donde venho e para onde
vou, para o psiquiatra ? não . . . mas pergunto-me, o meu ser será ?
serei o ser do meu ser ? sou a existência do haver no mistério do
existir ? ser este, neste ser, sou outro ? e se sou outro, porquê ser eu ?
se sou o que nunca fui e se vou ser o que já fui, o que eu agora sou ?
sabem ? quero lá saber, hoje não vou falar de nada . . . CONFESSO !
***
texto - foto - vídeo : poetaeusou
(2ª foto-album-A.L)

janeiro 08, 2010

>>>>>>>>>>>>>>>>>quero ser o herói<<<<<<<<


o que me contas gageiro ?

eu quero ser pirata
em barco atracado
de espada em riste
como o Errol Flynn,
num ecrã furtado
quero ser o herói
corsário impune
salteador do erário,
espertalhão quero ser
de lenço maltês
manhoso assumido
velhaco de mim,
ah . . .no Gavião dos Mares
eu fui o amor
de Brenda Marshall,
não me levem a mal
mas eu sou o maior.
poema-fotos-video:poetaeusou

janeiro 06, 2010

>>>>>>>>>>>>>>>>>> Seara do Mar<<<<<<<<<<


olhai a seara !!!


anda,
vem ver a seara
ondas tacteadas
ceifando as marés,
olha,
a alva farinha
dos trigais salgados
saindo das vagas
cheirando a maresias,
escuta,
os pardais do campo
pescando o trigo
no mar do restolho,
desfolha,
na eira comigo
as marinadas espigas
que nos alimentam
nos malhadouros da vida.
poema-fotos-video:poetaeusou

janeiro 04, 2010

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>esgotei musas<<<<<<<<


chorei o Eco silenciado

és a falésia
que eu desenhei
limando as fragas
que me feriram,
entre penhascos
moldei as pontes
quebrando abismos
que nos separavam,
esgotei musas
nas tuas vertentes
gritos alados
feitos revolta,
chorando
o eco silenciado,
quente, vibrado,
que me sufoca.
poema-fotos-video-poetaeusou

janeiro 01, 2010

>>>>>>>>>>>>>>>na busca do peixe amor<<<<<


sabes ? o mar é um poema !

medito o mar
entre a ilusão e o horizonte
filtrando realidades
nas palavras sem sentido
no cais das minhas partidas,
de onde navego
na barca da fantasia
com redes desenleadas
deambulando os pesqueiros
na busca do peixe amor,
que é meu, é teu, é de todos .

poema-fotos-video:poetaeusou