novembro 29, 2010

............................... na fronteira das loucuras


noitinha

luzeiro
porque invades
o breu dos meus sonhos
cometa estático
usurpando a noite ?
o que te legitima
antecipares a aurora
e impores um vazio
na opaca penumbra ?
não me roubes
as minhas ficções
negras invenções
sombreando a mente,
concepções escuras
de ilusões sombrias
exilando nostalgias
na fronteira das loucuras !
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novembro 27, 2010

................................... histórias te contaria


á tardinha
se conhecesses meus sonhos
prendias-me com o teu sorriso
em grades sem escapatórias
só para estar junto a ti,
contemplações te fazia
através do gradeamento,
por medo de ser transferido
para ala do esquecimento,
histórias te contaria
na cela dos teus abraços
que de mim, fazem refém,
lembro a fuga á liberdade
só para estar aprisionado,
nem que seja, ao teu desdém !
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novembro 25, 2010

................................. Ingénuas Palavras


quando as rochas se sujeitam
és o meu reflexo,
mas não perguntes
qual o momento
de toda a verdade,
nunca te direi
por o não saber,
na tua veracidade
as miragens do olhar
são como poemas loucos,
se chamas antes ao tarde
e ao cedo o depois,
como te posso mudar ?
escuta-me, realidade,
responde que eu não sei,
se encontro á chegada
o ponto da minha partida,
que caminhos eu trilhei ?
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novembro 23, 2010

.............................. a mandadora dos tempos


Sardenha
sou barco incógnito
esperando pelo teu nome,
barco sem vida
ressentindo a tua ausência,
barco sem quilha
por não navegarmos a dois,
barco frígido
onde não entram poemas,
barco despido
sem mastros e sem velame
sem vergas e sem cordame
sem a força que tu és,
mulher potestade
a mandadora dos tempos
água da fonte da vontade
sem sextantes medidores,
das longitudes trinadas
nas canções da latitude,
e se a dois fosse cantado
o vento da solicitude
nos molhes acolhedores,
não teria arribado
e nem sequer aportado
ao cais do fado das dores !
poema-fotos-video:poetaeusou.

novembro 21, 2010

............................o bulício dos instintos



violionando o mar
sabes
não são vagas
as vagas do mar
nem o seu quebrar é vazio,
estão cheias de fascínios
delírios magnetizados
que apetece cavalgar,
ai, como eu queria espalhar
nas ondas do teu sentir
o bulício dos instintos,
fazia de ti o meu batel
remando rumos desnudos
com os remos da ansiedade,
e nos socalcos da praia
feitos palcos de enleios
onde cruzam violinos,
as tuas mãos tacteantes
vagueavam espaventos
desvarios cativantes
salpicando os desatinos !
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novembro 19, 2010

.............................. O Meu Contributo Nato




harmonia - Ibisa
dá-me amor
esse estado Nato
estético e original
que tens no olhar,
esquece
os donos do mundo
senhores da desgraça
usurpando os votos
dados pelos nus,
cuida, amor
da nossa cimeira
de beijos segura
espumosos, natados
despida de arpões,
confissões versadas
unindo religiões
na pomba da alvura !
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novembro 17, 2010

................................. gaivotas gramaticais


não vais ao Mar, mota-de-água
na espera da bonança
gaivotas rumam a bússola
asas de virgulas concisas
soprando os pontos da rota
entre voos gramaticais
que pililipam segredos
substantivos ovais
nos ninhos predicativos
chocando conjugações
nos verbos indicativos
frases subordinadas
aos poemas que vos ofereço !
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novembro 15, 2010

................................... as voragens do sol-pôr


enxugadas marés
é ao sol-pôr que eu ouço
na cor de mel do poente
os sinais que em ti fervilham,
crepúsculos indecifráveis
ameigando os teus cabelos
nas voragens que me animam,
é no declínio das tardes
junto ás portas do ocaso
que vivaldi intemporal
toca estranhos anoiteceres
etiquetas esfusiantes
de exaltado ritual
convivendo aconteceres
nos limites escaldantes !
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novembro 13, 2010

............................ nas vagas do meu viver



e o mar veio beijar a praia
nas vielas navegantes
os becos têm saída
pelas calçadas de areia
onde o sal vive em socalcos,
na praça dos meus segredos
a travessa da memória
guarda chips nas esquinas
alamedas de silêncios
no barco negro de Amália,
é na rua do vendaval
que as pracetas das nortadas
como as ondas a quebrar
sopram á tua procura,
colhendo no areal
as conchinhas descaradas
escamas do teu olhar
sigilos da minha cura !
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novembro 11, 2010

................................... e o mar escorreu na Praia



escorriam pela areia
se uma vaga tu fosses
nos teus braços vagueava
enrolado no quebrante
quebrantando os meus sentidos,
se eu fosse uma vaga
enredava o teu olhar
seria a brisa do mar
que te devolvia a calma,
se moldássemo-nos numa vaga
surfávamos os nossos sonhos
nas espumas da maré cheia,
e sobre a praia molhados
os nossos beijos salgados
escorriam pela areia !
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novembro 09, 2010

................................. chuva o sal da terra


o Mar estava assim - hoje quarta-feira

estas nuvens que tu vês
presas ás asas do vento
são castelos encantados
muralhas idolatradas
ameias do meu alento,
nas nuvens que vês passar
jorram volúveis regueiros
são regatos excitados
aguaceiros desvairados
salpicando o teu olhar
na procura dos ribeiros !
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novembro 07, 2010

.................................... porque era sábado


nas esquinas das vagas
no odor do cio
o mar embalou
cingindo os rochedos
com beijos sedentos,
luxúrias espumosas
derramando assédios
incitam os afectos
nas marés que invento,
e dos cálices de pedra
que vivem escondidos
nas esquinas das vagas,
verte a liberdade
dos amores vividos
nos leitos de algas !
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novembro 05, 2010

........................................ aligeirando o verbo



como é bela a mansidão
é linda a minha cortina
na janela do sol-pôr
tem as cores da tardinha
debruada, douradinha,
tem as mãos do meu amor,
e nas margens da baixa-mar
quando o sol na despedida
a alva espuma prateia,
na calma do verbo amar
renascem maçãs de vida
espalhadas, na areia !
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novembro 03, 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . . arruinando as ruinas



Ruinas de Nora
são púnicas
as guerras dos meus poemas
inspirações contraditórias
de nefandas harmonias,
são pérfidas
as plumas que me vestem
ilusões parindo sonhos
friccionando as mentiras,
são profanas
as sodomas e gomorras
catedrais de ardentes Bacos
tabernáculos delirantes
enxofrando nas fogueiras
estátuas, sem o sal da vida !
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