traguem-me as palavras
da minha memória
em pincéis colorados,
quero van goghar teu êxtase
quando tu, menino, varavas o mar
e os teus olhitos de peixe
invadiam as nuvens
brincando ás escondidas
com o traquejado sol,
ah, que sapientes lições
sobre o teu cosmos querido
eu delirava ouvir,
o sol não se põe, o sol está parado,
e esta sabedoria deu-nos Galileu,
como saltitavam entre o mar e o céu
os teus olhos de água
e como a via láctea pairava sorrindo
abraçando teus sonhos e tu dissertavas,
das fases da lua nas cativas marés,
os ventos cantantes e as nebulosas,
os sonhados planetas e os oceanos,
e quando gritaste, Pai um OVNI,
fazendo o baptismo de um eólico objecto !
como feliz fiquei, quando revelaste
que todo o teu saber
nasceu da enciclopédia que te ofereci,
e que descortinavas o vasto infinito
através das varetas do chapéu de praia,
o teu telescópio !
texto e fotos:poetaeusou