novembro 30, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> á tardinha <<<<<<<<<


entardecer . . .

nada me impede
de vestir-me de ocaso
e de libertar
as palavras amarradas,
tenho a dimensão
do desejo de ser tudo
rejeitando o limiar
das ambições retraídas,
sou a acendalha
da lareira que tu és
crepúsculo que me atrai
nos intemporais segredos
sem noites nem madrugadas .
poema-fotos-video:poetaeusou.

novembro 28, 2009

>>>>>Relembro Redol com palavras já ditas . . .<

naquele tempo . . . era assim !
Alves Redol
escultura de: José Dias Coelho, que Zeca, assim cantou . . .
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai .
***
40 anos da morte de Alves Redol
> Alves Redol 29-12-1911 - 29-11-1969 < *****

>>>> nunca te esqueço, imberbe, foi há um ror de anos, tenho sempre presente, parece que foi “amanhã”, Biblioteca da Nazaré, entro, boa noite meus senhores, o sr. Abel sempre presente, na companhia do seu amigo, Alves Redol, corro para as estantes, ouço uma voz, como te chamas… migo, Zé respondi, e eu António, o que vais escolher ? mais um livro do Júlio Verne, retorqui. Eu posso indicar um ? pode sr. Redol, eu até agradeço, sabes o meu nome? quem não o sabe na Nazaré . . .vais ler estes, lês um pouco de cada, vais gostar da experiência, e senti um estranho estímulo, quando recebi das mãos de Redol, Os Esteiros, do Soeiro Pereira Gomes e Quando os Lobos Uivam, de Aquilino, ouvindo estas palavras, Zé,
os lobos não são aqueles que estás a pensar, esses em que pensas,
só atacam com a fome, cuidado com os outros com duas pernas,
os insaciáveis.
<<<>>>
“ Amigo Redol, encontrei muitos lobos de enormes bocarras …
e continuam a pulular . . . a enxamear, talvez . . . ”
*****
> uma parte da obra de Redol < «» gaibéus, marés, os avieiros, fanga, barranco de cegos, anúncio, reisnegros, porto manso, horizonte cerrado, os homens e as sombra, vindima de sangue, olhos de água, a barca dos sete lemos, o cavalo espantado, o muro branco, e Uma Fenda na Muralha
Alves Redol quis ver “in loco”, foi á pesca, no barco do Mestre José Formiga Peixe, caiu uma borrasca, grande tormenta, o tio Zé Peixe tremeu com tamanha responsabilidade de ter a bordo o seu amigo Alves Redol, quis aproar a Peniche na altura, um porto mais seguro, confrontado Redol apenas disse, mestre sou apenas mais um camarada que está a bordo, vamos para a Nazaré. O mar da Nazaré, prestou homenagem aos pescadores que engoliu durante séculos, e fez uma MURALHA entre o barco e o areal nazareno, fazendo sentir na pele de Redol, o quanto era desumana a forma como os pescadores ganhavam o seu sustento, mas . . . quem dirigia o barco era um mestre que respeitava o mar, Zé Peixe, esperou, esperou, pelo intervalo das 7 ondas, respeitou o mar, no chamado raso, enquanto o mar se espreguiçava, aproou ao areal, levando Redol a gritar,
Mestre Zé Peixe, isto é uma autentica fenda na muralha ...
*****
Texto : poetaeusou . . .
*****
***
*
Para Redol, um Poema do seu amigo António Salvado
*
barcos sem rios os gaibéus desciam
nas veias do silencio e da revolta
e era a viagem de nenhum regresso
na secura dos lábios renasciam
sementes do granito das origens
ou corações de xisto nas lezírias
distantes da saudade e do exílio
e era a viagem de nenhum regresso
levavam no seu rosto esse destino
em fome e nos seus olhos a tristeza
vivia sangue o pranto que se ouvia
pela noite tão longa do seu canto
( desciam até onde não sabiam
qual a viagem do nenhum regresso )
*****
poema de: António Salvado
*****
Porque te esqueceram Redol ?
*****

novembro 25, 2009

>>>>>>>>>>>> na redoma que é minha<<<<<<<<

a amiga São do blogue Compagnon-de-Route
http://mariaguerreiro.blogspot.com/
desafiou-me a indicar
três livros que me tivessem marcado,
eis :
Via Sinuosa de Aquilino Ribeiro
Os insubmissos de Urbano T. Rodrigues
Cristo Recrucificado - Nikos Kazantzakis
(prémio Nobel da Paz em 1956)
*
Passo o desafio a todas as amiga(o)s
que me visitam .
*
quem aceitar, não faça como eu,
indique cinco (5) companheiros
destas andanças . . .
*
muitas conchinhas de obrigados,
--------deixo-vos .---------



sol e mar

rabisquei
uma folha em branco
desenhando palavras
que não entendi
nem a ti
eu te compreendo
vagueio
entre o mar e uma flor
flor que tu és
e sabes
que a quero colher
apenas
para te ver
ou ter
na redoma que é minha
e tua será
quando quiseres .
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 23, 2009

>>>>>>>>>>>>>>> Mar, Mar, Mar - Hoje<<<<<<


revolto mar . . . hoje

o meu rumo é o mar
usurpando os equivocos
nesta imensidão ilógica
em que tudo é ilusório,
nada quero, nada tenho
nas mãos vazias de afagos
limitando os desvarios
aos oráculos das marés,
carrego os quatro ventos
no suor das tuas brumas
enleios perdidos na espuma
pelas ondas, fragmentados.
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 20, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>quero ser <<<<<<<<<<


a boa onda . . . surfada !

quero ser o apelo da noite
desprezando as lembranças
em mim transportadas,
quero ser o farol dos teus pensamentos
subindo ao telhado do teu desespero,
quero ser a candeia que te vai guiar
lampião sem luz pintado de breu
confundido enleios em linho de areia,
quero ser o teu eco, surfando instintos
maré inconstante da onda encontrada,
secreta fronteira, do tempo que é nosso.
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novembro 18, 2009

>>>>>>>>>>espólio dos meus poemas<<<<<<<<


nos cais . . . desancorados !

o meu barco de papel
navega no mar de areia
pescando castelos de água
espólio dos meus poemas,
no deserto das espumas
lanço a rede ao desencontro
enredando incompreensões
na escuridão dos luzeiros.
nos cais desancorados
sem abrigo e sem amarras
refúgios são engolidos
por promessas não cumpridas
fomentando os labirintos
ao direito de viver.

poemas-fotos-video:poetaeusou

novembro 16, 2009

>>>>>>>>>>>>>>nas cinzas que sou<<<<<<<<<


Lanzarote
um lago-jardim no seio de um vulcão . . .

quando tu não estás
o mundo se ausenta
sobrando a despedida
de tudo que é meu,
levas os meus sonhos
na memória desfeitos
daquela felicidade
que nunca atingi,
nas cinzas que sou
deixas desesperos,
ventos delirantes
que não assoprei.
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 13, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>poema inacabado<<<<<<<<<

que saudades eu tenho . . . sôdade, sôdade

caminho
entre gestos perdidos
no limbo dos tactos
afagando as esperas,
percorro
as buscas sem nexo
janelas abertas
vazias de ti,
vagueio
no teu olhar fechado
marcado no tempo
poema inacabado
do meu sofrimento.
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 10, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>porque não aceitas<<<<<<<<


um zénite de . . . rosas

aceita estas rosas,
rosada entrega
que de mim liberto,
rosas rebentadas
dos botões viçosos
sorrindo afectos,
em nome dos espinhos
que em mim ecoam
não negues o gesto
que eu te demonstro,
são roseiras bravas
e eu te pergunto,
porque não aceitas
as bravias rosas
paridas de pétalas
e folhas sedosas ?
se o teu róseo olhar
me diz sussurrando,
não desistas amor
espera no canteiro
quero ser aspergida
no teu roseiral !
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 08, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>se poeta eu fosse<<<<<<<<<


chuva e mar - esta tardinha !

se eu fosse poeta
profanava as palavras
ocultando os seus sentidos
em pensamentos mutantes,
devassava as poesias
nos rituais desnudados
fundeando os meus poros
em transpirados poemas,
se poeta eu fosse
transformava a poesia
em cinzel de luz etérea,
esculpia o teu olhar,
embutia o teu sorriso.
moldando os teus anseios
no granito do meu consolo!
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 06, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>>nesta ambição<<<<<<<<<<


e o mar se fez rio - dedico á

vou enrolar-me
nos limites do que sou
desafiando as espumas
no desejo de ser tudo,
nesta ambição
aglutino as palavras
modificando as marés
nos espantos da poesia,
traços vincados
da visão intemporal
contornando as fantasias
na dualidade que há em mim.

poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 05, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>>tapo e destapo<<<<<<<<<<


vagas quebrando beleza
sigo o silêncio
da minha voz
ouvindo a culpa
desta insistência,
tapo e destapo
as minhas mãos
em sintonia
com a sinfonia
gesticular,
que ri e chora
nas partituras
entre o solfejo
do meu sonhar.
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 03, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>mas se tu quiseres<<<<<<<


o Zenith rumando para o Zénite

as minhas palavras
simples como eu
são te oferecidas
nos meus olhos nus,
despidos de ti
sem roupa os sinto
quando tu não estás,
são olhos estéreis
um cavado olhar
procurando a luz
que os teus irradiam,
mas se tu quiseres,
meus olhos serão fachos
atletas olímpicos
de archotes libertos
correndo para ti,
o que posso oferecer-te ?
as minhas palavras
simples como eu
de roupagens novas
em desfiles de amor.
poema-fotos-video:poetaeusou

novembro 01, 2009

>>>>>>>>>>>>>>>>embalam em mim<<<<<<<<<


assim foi ontem !!!

o sol esvai-se
na ganga do dia
aportando a noite
em fossos secretos,
vadios encontros
cerzindo ardores
clivam volúpias
no poente salgado,
ânsias espantadas
embalam em mim
os tactos infernais
das marés de fogo.
poema-fotos-video: poetaeusou