outubro 31, 2010

. . . . o que é que eu fiz, neste domingo á tarde !




em ti suporte-me
meu mar em popa,
argênteo brilho de opaca espuma
e ao ver-te, toco o infinito,
tu és os remos que alimentam
ardores por mim derramados
na fogueira da alvura
quando fecundas a areia,
maré cheia
insuflando instintos
de estimulados devaneios,
anseios
nos debruados olhares
onde o pudor dos ventos
enredando os temporais
inventam gemidos loucos
nos poemas por escrever !
poema-fotos-video:poetaeusou

outubro 28, 2010

.............................. Poemas Cruzeirados ( 2 )

Tunes
Medina
Cartago
(Trapani-Sicilia)

no meu guião
desconheço o autor
do espectador que sou,
soletro a Paz
na sede do meu olhar
solidificando as securas
nos lábios da encruzilhada,
sinto a cultura dos povos
entre verbos fervilhando
sem o ódio das memórias,
Mesquitas cantando Alá
Sinagogas de alma aberta
junto ao Cristo Desnudado,
augurando boas novas !
poema e fotos:poetaeusou

outubro 26, 2010

.............................. Poemas Cruzeirados ( 1 )


quero marear a Nau

quero enrolar o mar
nas turbinas do velame
cordame tecnológico
de computorizado jardim,
quero marear a Nau
nas pétalas por espumar
no floreado convés,
onde os astros ondulantes
imitando o meu olhar
vigiam a amurada
não vá o crepúsculo chegar !
poema-fotos-video:poetaeusou

outubro 17, 2010

...........Amiga(o)s vou até ao Mediterrâneo, já venho !

Amiga(o)s, vou Cruzeirar,
como é meu costume, nesta altura do ano, aproveitando
preços baixos, e fugindo ao contrastante humor madrugado,
do nosso Omnipresente, a quem sigo fielmente, Digníssimo
Ministro Teixeira dos Santos, de acordar e receber um email
com um Decreto-Lei a obrigar-me a cortar despesas a começar
pelos “Cruzeiramentos” desconhecendo o nosso ilustre, que me
fica mais económico, do que ir á Mercearia da esquina, srsrsrsr !
Ora o Cruzeiro tinha que ser a Ilhas, Mar por todo o lado, óbvio !
Irei na TAP, para Málaga, Málaga roubada aos Árabes, pelos Reis
Fernando e Isabel, e do nascimento de Picasso,  ai Guernica !
Palma - Baleares a seguir, descobertas pelos meus avoengos
Fenícios, os tais que povoaram Portugal, ao longo da nossa costa !
E rumamos a Ajaccio-Córsega, a terra do Napoleone Buonaparte,
que deixou de ser Italiano, eles também não estavam para aturá-lo,
Francês se tornou, Imperador de nome Napoleão Bonaparte . . .
ah, esqueci Michel Giacometti, a quem a nossa música muito deve!
venha Cagliari–Sardenha, antiga Karalis, dos Sardos e das Igrejas !  
e . . . Trapani – Sicília, a Terra dos Homens de Honra, cheira-me a
Frank . . . olhem para esta Citação:
 Deus não teria escolhido a Palestina, se ele tivesse visto o meu Reino na Sicília ; in - Frederico II  de Hohenstaufen  !
e aportamos ao porto de  La Goulette  – Tunísia  onde poderei exaltar:   se Alá permitir uma brisa, uma brisa seca sabendo a Mar,
no dia 23, o meu Deck transbordará de exotismo, é o
exótico Vento Sirocco, como exótica é, a Tunisina La Goulette!
,
e espero que haja gasolina para a TAP me trazer, não há ? olha venho a Pé . . .  quero lá saber .  .  .

sabes mar, eu descobri
que depois de te esculpir
com o meu olhar,
vi que escondias nas marés
tudo aquilo que te pedi,
cálices sabendo a mar
com o vinho dos meus desejos
e que na procura dos teus lábios,
vagas de exaltação feitas,
os nossos beijos,
iam para além, do limite de sonhar !
texto-poema-video:poetaeusou . . .
Amiga(o)s estou em falta
nas minhas Visitas, peço Perdão !

outubro 14, 2010

.............................. Poemas a Tempo ( 4 )


o mar acirra-se
vendo restos do verão
deixados na praia
ao sabor do tempo,
madeiros estendidos
jazem ignorados
na escuridão cativa
escondendo as peugadas,
quero digitar meus passos
no areal repisado
caminhando sem entraves,
e nas migrações do olhar
é meu destino encontrar-te,
passeando lado a lado
em passadas geminadas !
poema e fotos:poetaeusou

outubro 11, 2010

.......................................... MEMÓRIAS


tu és as pedras vivas
que beijam meu olhar
memórias escarpadas
em cardumes rochosos,
lembra-me falésia
sustentáculo pedrado
todas as tuas histórias
mas só as de encantar,
quando eu te tacteava
e ás fragas cantava
sentindo os teus afagos
nos cabelos ao vento,
carícias fermentadas
nas mornas ribanceiras
 sorrisos deslumbrados
empedrando as telas !
poema e foto: poetaeusou

outubro 09, 2010

.................................. de quando em vez



quero fumar o mar
viciado sou
eu e o cigarro que nunca fumei,
e na nicotina da ilusão
o meu pulmão de sal
respira as esperas
na cigarreira vazia
onde os gestos são fumados,
como é possível
o sol pedir lume ás marés
para iluminar o crepúsculo ?
vamos contrariar o poeta
e afirmar convictamente
que nos tragos da solidão
dos Restelos sulfurosos
os Velhos, fumam a verdade
exigindo a caducidade
dos cachimbos, que nos fumam !
poema e fotos:poetaeusou . . .

outubro 06, 2010

.............................. Poemas a Tempo ( 3 )




tenho o feeling
que o eco do mar
concorda comigo
quando reafirmo
que os textos e poemas
não nascem de nós,
por favor, não reduzam
á insignificância
a Deusa da Inspiração
e as outras Musas,
como pode ser meu
esse teu sorriso
que me leva á loucura
quando tu me lês ?
como posso decifrar
o que o teu olhar me diz
nos ocultos relances
que tu me envias ?
como te posso convencer
que és tu a razão
do meu desnudar
cada vez que eu escrevo ?
poema e vídeo:poetaeusou

outubro 04, 2010

.............................. Poemas a Tempo (2)



chuva  e  mar
na capa das nuvens
sigo o teu olhar
rajada carente
na chama luzente
diurna, nocturna,
rolando no vento
do sol-pôr, ao luar,
ah, se tu quisesses
o que eu fazia
para te agradar,
abandonava a eira
onde o sol me aloira,
para o campo, seguiria
e em ambiência rural
suplicava á chuva
que me concedesses
ser o teu nabal.
poema-fotos-video:poetaeusou

outubro 02, 2010

...................... folhas secas, o ouro de Outono



na praça grande
 folhas vão tombando
procurando enriquecer a terra,
outras ficam sentadas em bancos velhos
como os barcos ali defronte,
em grupos de quatro
cruzam rectângulos de cartolina
com números e sinais coloridos,
abstraem-se da vida
e a única expectativa é o trunfo que vai sair,
é ouros, é ouros, grita um mirone,
em frente o Pedro Ourives, vem á porta
á babuje de uma língua estrangeira,
enquanto a montra sorri e pensa
como podem ter ouros se eu sou a mostragem ?
na vitrina o ouro declama o auto-do-viajante,
querem partir, mostrarem-se ao mundo,
e a medalhinha do “Amor de Tia” pergunta curiosa,
mamã as folhas caídas são de ouro ?
não filha, elas são umas presunçosas !
o avô,
um velho anel, com o Escudo Nacional
que já ninguém compra, nem estima,
corrige a filha, dizendo á netinha,
são de ouro são, minha querida,
quando caem na terra fertilizando-a,
terras do abandono, definhando a Natureza !
texto e fotos:poetaeusou