março 31, 2007

»»»»»»»»»» cálice ««««««««««

não queiram voltar atrás
trabalhai homem domesticado
vai sem descanso, trabalha pois
plagiando animais, imita os bois
estes alimentados, por adestrados
tu vegetando em viver sem vida
pescas a morte por compensação
espinha curvada sem dizeres não
em casa a mulher gasta cansada
dar pão aos filhos e não tem nada
queres comer filho ? desesperada
o pai vai trazer peixe, diz esgotada
e lá no areal ouve-se a vozeirada
corre a mulher que não se cansa
angustiada entre gritos e ais
perdes a esperança
viúva sais
e uma gaivota
triste voando
vai pirililipando
espalhando a revolta
desassossegando em sua volta
poemado: poetaeusou

março 30, 2007

\\\\\\\\\ sombras amor e zen /////////

nas sombras do amor
contrariando Zen
quero unir as palavras
e ciciar em dom sensorial
não há obstáculos mentais
acima da paixão e do amor
Zen é a busca da iluminação
através do auto – conhecimento
o amor é a procura a dois
do conhecimento mutuo
do mistério da dor no amor
deusa do amor aqui estou
deusa do fogo mantêm a chama
meu amor escuta Confúcio
lê e medita:
\\escolhe alguém que te ame//
\\e não ficarás sem amor//
\\um único dia na tua via//
poemado e foto: poetaeusou

março 29, 2007

»»»»»»»»» poesia «««««««««







////////////
////////////////
//////////////
/////////
tenho o meu corpo
coberto de poemas
respiro poesia
poesia transpirada
pelos meus poros
poesia que nunca li
que lota a minha alma
poesia que nunca escrevi
e ficou gravada em mim
poesia inexistente
que nas veias floresce
poesia sem palavras
que alimenta a utopia
poesia incolor
reflectindo a cor do mar
poesia infinita
inspirada em ti … lua
brumosa poesia
de claros sentimentos
florida poesia
num jardim infloral
poesia não sentida
das reais visões
poesia sem nexo
das coisas concretas
cristalina poesia
dos pântanos da vida
cintilante poesia
do breu esbranquiçado
poesia misteriosa
de transparentes versos
um verão de poesia
no calor do Inverno
poesia sê minha
ouve os versos meus
poemo-te de noite
e és o meu sol
versejo-te de dia
minha lua és
não tenho pele
mas sim letras
em espera que digas
quero despir-te
quero ler-te …
poema/foto: poetaeusou

março 28, 2007

»»»» brumosas pedras coloradas ««««


insensato, pintar as brumosas pedras, filhas do mar
mas eu queria surpreender-te, sei que gostas delas
eu tenho uma faculdade, sentir o sentir dos inertes
se sofrem, se são felizes, a areia, as pedras, as casas
brumosas pedras, coradas pelo sol, saídas da bruma
pedras atracadas, na sombra da areia, no sol do mar
pedras de brisas, de onda pedrada, em maré de pedra
pedras brilhando, á luz do sol da oblíqua madrugada
em desabrochadas solidões dos silêncios rumorosos
tremulando as incompreensibilidades dos absurdos
as imergidas pedrinhas nas ondas de paradas marés
suspiros das noivas pedrinhas nas esperas na praia
abstractos vendavais pintados em poeirentas algas
transbordando amor nas amarras dos desencontros
metálicas pedras de quilha esguia de parado rumo
famintos arremessos de vaga dos assédios que enviei
nevoeiro brumoso, trilhos na areia onde me consumo
envio pedras pintadas, penhor e sinal, de que te amarei
prosa e fotos: portaeusou

março 27, 2007

»» já sei onde vão "fazer" a ota ««


Aqui estou bem, no nascer do sol
é por-do-sol ? não, vejo como quero
belo, o mar, na nazaré e s.m. do porto
é a hora dos telejornais, mesas bicudas
onda vão fazer o aeroporto, e os terrenos
o défice, centros de saúde e o maior portuga,
e os do caviar com a bandeira do sadam
chamarem ditador e assassino ao tio botas
e os botas a gritarem que foram roubados
e eu a olhar o mar sem barcos e sem peixe
onde é que vão fazer a ota, para alertar a pj.
e a odete a fazer topless, numa praia do mar aral
e o rogeiro afirmar que guantánamo é um hotel
não podemos esquecer dos três golos que o
dr. salazar marcou á coreia no mundial 1966
e de ter evitado a guerra colonial, grita o marcelo.
onde vão fazer a ota e a opa, porque é que a gente vota
e o miguel sousa da tvi a querer mandar a rtp
a sul do equador, armado de uma pressão de ar
e o saramago a berrar não quero ser português
porque o mercado espanhol é muito mais dilatado
onde vão fazer a ota e a opa, porque é que a gente vota
e eu a olhar o mar, já não consigo imaginar inventando
»»»»»»»»»»»»»»eureka ««««««««««««««
descobri o melhor local para construir o aéro da ota
no mar da nazaré, extenso, grandioso, sem horizontes
chamem o socras e a ota vai ser feita neste mar
quem comprou os terrenos ? que semeie batatas, sei lá
e quando o mar está bravo ? vamos amarar no porto de abrigo
amarar sim, vou falar com o bush, vamos voltar ao hidroavião
reconverter os aviões em hidrós, mais económico e românticos
as transportadoras, ota da nazaré, charters, s.martinho do porto
já sei onde vão fazer a ota e a opa, já não se vota, fica melhor a pj.
prosado de: poetaeusou

março 26, 2007

»»»»»»»»» buziando «««««««««


nuvem ouve o búzio
memoriza o seu buziar
actua num global alerta
nas rotas do infinito
no avesso sentimental
no ilícito do absurdo
no silencio da palavra
no palavreado do silencio
no incongruente paradoxal
no legitimo do proibido
no ilógico do concreto
no impressionável do agir
no proceder do parado
no correr para a partida
no abalável do sereno
no sem nexo da subtileza
no irreal da argúcia
no fictício do real
no reflexo dos opacos
no triangulo da esfera
no pântano ressequido
no oceano sem agua
no amor da indiferença
no desencontro da esperança
no caminhar regredindo
no retorno do avanço
no seco verter de lágrimas
no amor gerando ódio
no beijo de oculta aurora
no transmutado desejo
no enclausurado dos afectos
no tactear sem tacteio
no corpo não poemado
no poema que eu não leio
no amar desencontrado

poemado e fotos: poetaeusou

março 25, 2007

»»»»»»»»»» nua de pedras «««««««««

joias, nus e sentimentos






porque te despes mulher
perdes todos os teus encantos
perante os meus cândidos olhos
deixa cobrir-te, de preciosas pedras
o teu corpo nu e em tabuado exposto




com transparentes, alexandritas e berilos
os dourados citrino, olho de gato e de tigre
a azulada água marinha o âmbar amarelo rosa
o verde jade, a violeta ametista, o marron jaspe
os oliva perídoto a opaca e rósea rodocrosita
a írisada turmalina e as acinzentadas sodalitas
toma, para ti meu amor, os coloridos topázios
a azul verdeada turquesa a safira laranja rosada
o rubi avermelhado, a opala azul, leite, púrpura
delicia-te com o esmeraldino verde da esmeralda
as multicor pérolas, extraídas dos quentes mares
e esta, querida, a pedra–rainha, o belo diamante
escolhe, amor, a preciosa pedra que quiseres
tens mais opções, os meus sentimentos
dispõe de mim, quero ser teu escravo
sim, aceito a tua entrega o teu amor
com uma ressalva uma excepção
ser eu a despir–te, sempre.
Poemado: poetaeusou
Foto: da amiga non

março 24, 2007

»»»»»»»»» noite da noite «««««««««

cubro-me de noite
num manto de luz
em quarto escuro
de claras praças
labaredas de velas
de becos malditos
resplendor emanado
no abismo da noite
dos terrores e medos
á sombra dos prantos
na luxúria dos leitos
os barcos de breu
rumando imóveis
nos pecados da noite
ofertados nas ruas
pardas reluzentes
sombrias iluminadas
felizes descontentes
enjeitando madrugadas
in) poetaeusou

março 23, 2007

»»» pedras, pedras, pedras «««


proa erguida, em mar de pedra
barco de pedra, a navegar sem mar
pedra em quilha, ao vento indefinido
pedra farol, do desencontrado mar
num parado mar, em rumo de pedra
pedras instáveis, em marés de trilhos
limbos de amores, na pedra da proa
misteriosa revolta, de búzios de pedra
de rotas em quilha, numa ré de pedras
marujo de pedra, em sequioso mar
e salgadas pedras, trilhando as rotas
doces espumas, em algas de pedra
pedras de revolta, na demora do vento
o vento aluado, da pedra gaivota
algas e limos, pililipipando as pedras
sussurros marujos, em mulher de pedra
rotas de pedra, nas gaivotas dos rumos
lágrimas de pedra, da mulher em espera
na dourada praia, dum areal de pedra
camões lusiando em estátuas de pedra
nas pedras de versos, cantando a mulher
esplanada de pedra, do bronzeado pessoa
desassossegando pedras, em trilhos marujos
bordados lutos, de mulheres de pedra
sophia em espera, nas pedras em estatua
búzios da pedra do amor, corpo de sereia
pedra sophia, olhos de farol, poemando o mar
mar de pedra, sereia sem rosto, por sophia espera
do rosto de mulher faltoso, na pedra em estatua
ondas, marés, ciclos lunares e gaivotas de pedra
apelam ao vento de pedra, chamando por sophia
na sereia fica, o rosto de sophia, o rosto de pedra

poemado/foto de: poetaeusou

março 22, 2007

»»»» os meus amores ««««



vem mary, minha lenda viva
quero mostrar a razão dos meus amores
o amor á minha terra feita, mary
fita a imagem de marca da Nazaré
de d. fuas de roupinho, o alcaide
cavaleiro de afonso, o fundador
não tem nada de religião, é uma lenda
em que um derrotado rei, o visigodo
em guadalete e de seu nome, rodrigo
da terra santa, martirizada, trás consigo
uma imagem, da nazaré da galileia
vislumbra o sinal da pata, no rochedo
e espalha o teu doce olhar, nesta beleza
a beleza que eu enxergo em ti, o reflexo
a luz clarificante, os teus olhos
o dourado do areal, os teus cabelos
o avermelhado dos telhados, os teus lábios
sorriso deslumbrante de criança, como o teu
os trilhados das ondas, os teus passos
os lânguidos corpos bronzeados, logo o teu
o poema anilado deste céu, o teu rosto
ondas altaneiras do picado mar, os teus seios
as gaivotas esvoaçantes, teus sentimentos
que em aromática bandeja , me queres ofertar
e eu recebo com muito amor, mary
os teus desejos, carícias, afectos, beijos
com respeito, estima, brandura, humildade
com igualdade, união, e a paz ... da felicidade

poemado/foto:poetaeusou

março 21, 2007

» no dia mundial da poesia - poema...



eu quero terrinas de verbos
eu quero sopa de conjugações
eu quero colheres cheias de letras
eu quero encher o dia mundial de poesia
único que comemoro, com palavras
a poesia não é rimar é escrever
poesia é escrever o que sentimos
letras, números, parágrafos, sinais
e não só, poesia és tu, marita
poesia é estrelas, mar, sol, lua
as gaivotas, o rouxinol, a cotovia
poesia, é o momento fotografado
é aquele filme que nos toca
poesia é talma, em movimento
é triplo de grão vasco, é vieira da silva
poesia é sofia, amando o seu mar
é lobo antunes, é amado, é redol
poesia é pomar, cargaleiro, é almada
poesia é vilaret, mário viegas, meu ary
poesia *a outra*, é bocage, é aleixo:
»»sem que discurso eu pedisse««
»»ele falou; e eu escutei««
»»gostei do que ele não disse««
»»do que disse não gostei««
medita nesta quadra, povo que lavas no rio
é simão, moutinho, quaresma, ronaldo
é zeca, é gedeão, é marceneiro, é variações
poesia é o lírio, tulipa, jasmim, aloé, violeta
é sorriso de criança, perseguindo uma gaivota
poesia és tu mulher, avó, mãe, esposa, filha
poesia é a amiga, a companheira, a amante
poesia, sou eu, são eles, poesia és tu
marita
poemado/fotos: poetaeusou

março 20, 2007

» nuvens, amor, david e golias «




foi desta janela
procurando o pôr-do-sol
só encontrei nuvens
opacando o astro rei
sabes marita
que o amor é como o sol
o sol altivo criador da luz
Golias entre todos os astros
e a nuvem feita água condensada
camadas sobrepostas acinzentadas
qual David em fisga de espuma
derrota o sol ofuscando a sua luz
é assim o amor, marita
pensamentos fragmentados
ímpios esguichares de palavras
profanos sibilos de teares brumosos
ofuscam estancando o emergente amor
vamos reencontra-lo marita
feitos aladas nuvens espumosas
de graciosos pontos azuis matisantes
por onde ondulará o nosso amor
qual ancoradouro em jardim de nuvens
e no tom acinzentado residente
coloramos de azuis o amor premente
poemado/fotos: poetaeusou

março 19, 2007

a chegada da partida do começo



aqui ... o mar começa ou acaba ? ...

o barco parte ou regressa á pesca?...


.

.

.

.

.

é na partida da incerteza
que a ausência da chegada
no sentido do começo
sem começo comparece
e na partida da encruzilhada
comparece o desencontro
na incerteza do sentido
da ausência indiferente
na diferente encruzilhada
do começo da ausência
que a certeza sem sentido
desencontra a diferença
em sentido indiferente
do encontro do começo
compareceu a encruzilhada
do sentido sem sentido
sem partida sem chegada
poemado/foto: poetaeusou

março 18, 2007

erótico morango lânguida uva


epilepsia do amor
toma minha querida
a sensual uva, o erótico morango
amor, batonisa de morango os lascivos lábios
e em devassa trinca um voluptuosamente
nos esguios dedos segura uvas libidinosas
eu travesso fito e sorvo languidamente
em inconstante perturbação de sentimentos
onde vivia a simpatia afectividade e empatia
só há volúpia desejo em possuir e apetite carnal
sem afagos carícias afectos e os cândidos beijos
na fome animalesca de um porco prazer
de desregrados deleites e lascivas alucinações
de libidos quereres e devastadoras delicias
de fragrâncias néctareanas e imaculados fluidos
vamos nos desejar ? meu vendaval de amor
queres as eróticas uvas os afrodisíacos morangos
toma, que visão, os teus lábios feitos morango
os profanos dedos afagando tacteantes as uvas
polansky vem urgentemente eternizar esta visão
meu vendaval queres ficar só, fantasia meu amor
sublime imagem, olhos semicerrados mente livre
porque tremes? porque espasmas? porque gemes?
matisse rembrandt dali, divisem a epilepsia do amor
poemado/fotos: poetseusou

março 17, 2007

»» o sol, as nuvens, e tu ««




a razão desse sorriso, amor ?
que tortura olhar aqueles
suculentos lábios sorve-los
suga-los, o meu anseio
hei-de cantá-los em mim, amor
estou a observar o sol
o Ícaro seria louco ?
não sonhador, simplesmente
ambicionar o inatingível
feito eu, lunaticamente, em ti,
tolinho que mais devo provar
sou tua amor, dispõe, de mim
sussurrando, ciciando, silibando
que endeusada voz celestial
despertai liras, harpas, cítaras
coroai anjos, arcanjos e serafins
edith piaf, on ,je ne regrette rien
mathieu, callas e a traviata
amália, não vais ao mar no meu batel
queres o sol amor ? toma vez.
aquele ponto negro, é a inveja, de ti
não temos por – do - sol, amor
o sol é encoberto pelas nuvens
a terra na sua orbita afasta-se do sol
e galileu sofreu muito, por o dizer
da cultura grega só se revive homens
platão, euricles, homero, até o zorba
teus penetrantes olhos violavam-me
impregnados de desejo, lânguidos
quereres translúcidos travestidos em mim
olha as nuvens amor, dominaram o sol
o que eu aspiro um dia fazer-te
um dia ? o que te faz esperar, tolinho ?
e cingiu-me com suavidade, docemente
emanava aromas de violeta e tomilho
mais fortes do que a maresia iodonada
e o seu corpo ondolava, feito mar
a sua pele em brasas ferventantes
tacteadas pelos meus dedos qual polvo
e os sussurrantes gemidos entoados
misturavam-se com o pilipipar das gaivotas
e espasmá-mos em abusos consentidos
agradecidos os nossos olhos fitados
enchendo o infinito de sorrisos
sorviam a nudez dos corpos amados
poemado e foto: poetaeusou

março 16, 2007

sociedade,cactos,urtigas


Fantasiando o irreal
Blogasfoiounicotemaencontradoparaasfotos
Apeteceu-me
porquê, o envolvimento, baseados em extractos,
de acontecimentos, na sua quase totalidade
sonegados. Será que o ridículo terá idade ?
os podres da sociedade a que fugimos, para
este virtual refugio, atingiram as redes Gatesianas
o tolerante, o solidário, o ombro amigo, vira carrasco.
recebi-te sociedade, com respeito, com elegância,
com amizade, trocando confidencias, choros,
que na partida agradeces-te o bem estar concedido,
obriga-nos a gritar como Júlio César, até tu Bruptos …
fui eu que ateei a fogueira da insensatez ?
venham cactos, venham urtigas como eu as rego…
todos os dias, com a pura agua, com lágrimas salgadas.
como eu me purifico quando me pico em vós.
quando absorvo o teu veneno, feito vacina, cacto,
a tua antibiótica peçonha urtiga,
por isso nós num trio alimentício, nos nutrítivamos.
com fibras, de respeito, de amizade, de tolerância
dou vos a agua e o sol, vosso alimento.
absorvo os vossos causticados venenos, feitos amor.
para enfrentar as emboscadas desta sociedade
em que eu teimo enfrentá-la com os olhos de poeta.
e continuar a respeitar quem me atraiçoa
e sem ser ingénuo ou imbecil
eu que não tenho algemas nem amarras, nem temor.
gritarei vezes mil
vil sociedade poderás viver como quiseres.
mas nada tem sentido sem o amor.
prosa e fotos/poetaeusou

março 15, 2007

»»»»»»»»»» meu farol ««««««««««

meu farol
rumando em continuada procura
paciência
nas trevas da infinita obscuridade
escuridão
conhecer-te minha musa cibernauta
esperança
e chamar-te minha guia meu farol
amizade
farol, clarão dourado, resplandecente
luz
como os teus cabelos loiros ventonados
sol
contemplar as cavas ondas dos teus seios
liberdade
e a transparência dos teus olhos sedutores
pureza
o vai e vem das marés feitas teu corpo
harmonia
na mútua procura de um só perfil
união
flutuando no plagiar da barca achada
felicidade
na visão afagoseante das tuas curvas
brandura
e encalhar – mos na Prainha do recanto
bondade
junto ás rochas figurantes de sereias
encanto
e no harmónio areal feito solar corpóreo
respeito
és o meu Farol, ciciarei aos teus ouvidos
pré - amor
poemado/foto: poetaeusou

março 14, 2007

»»»»»»» sem ti, amor «««««««





SEM,TI

é olhar o mar
no mês de Agosto
areal feito multidão
eu o epicentro
sentir a imensa solidão
porque tu não estás, amor
é navegar
no mar sem rumo
sem farol a orientar
onde eu a pouco e pouco
me consumo
sem horizontes, só mar
porque tu não estás, amor


é vogar
ao sabor das tormentas
duvidas
dos caprichos da procela
ciúmes
das violentas tempestades
desencontros
da incerteza dos ventos
insegurança
dos cruzamentos das ondas
tentações
dos irados vendavais
desconfiança
porque tu não estás, amor
sem ti, amor
é viver sem ter nascido
é morrer sem ter vivido
é olhar-te sem te ver
sem ti amor
é não ter o que se tem.
Ver tanta gente
E nunca ver ninguém
Sem ti, amor
É ter na vida tudo
Mas, não ter nada
In) poetaeusou

março 13, 2007

»» gaivotas do amor ««


amor vê as gaivotas
em amorosa sintonia
desperta teus sentidos
inquieta as emoções
fixa as realidades
soltando os afectos
liberta o casto freio
em ávido peculato
dos subtis desejos
êxtases cintilantes
em enlaçadas noites
madrugadas do provir
na trilha do amor
em saciados espasmos
de esperas dilatadas
de néctares em enxurrada
nas entranhadas margens
confluindo para o cálice
do sublimado amor
poema/foto: poetaeusou

março 12, 2007

e não sentes aquela raiva nos dentes


para aqueles que só sabem trabalhar

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

in) Sophia de Mello Breyner

março 11, 2007

»espreguiça primavera/mulher«


escravo … de ti …

quero ser teu escravo
mulher hibernada
condicionado
a um espreguiçar
só para mim
num gesto erótico
que possa exclamar
que excelsitude
que magna perfeição
que a mim me prenda
que me absorva
paralisando
os meus sentidos
e num logo após
revigorados
não, não quero topless
quero-te contemplar
acobertada
num violeta irisado
em que eu pasmado
te possa imaginar

e... sonhar, sonhar, sonhar
poemado: poetaeusou
foto: iawn

março 10, 2007

»» rocha feita areia ««

erosão
aquieta-te mar
amaina essa avidez
e gula pela areia
respeita a falésia
o que disse a lua
não passou de uma
imagem poética
esperar pela rocha
feita areia erosando






repara a maldade
o teu bater na rocha
a erosão dos ventos
a cobiça e voracidade…
amansa, serena
dá-me o teu lugar

presencia o gesto
mar recebo o amor
nas vagas de cada olhar
morando na minha mente
livremente viajando
feito amor o pensamento
no reflexo da tua sombra
tu amor, dentro de mim
perco–me do tempo
nas brumas dos atalhos
encruzilhadas da vida
nas cinzas do desencontro
vem guiar-me, minha luz
pisa o trilho do pensamento
traz o teu premente amor
na taça de cristal com fervor
e eu sorverei eternamente …
poema/fotos: poetaeusou

março 09, 2007

»»»»»»» leitoso mar «««««««

caiado mar
imaculado mar
de ondas leitosas
espuma agitada
em marés caiadas
de níveas águas
brancas revolvidas
nascidas areias
de cavernais locas
da mandante lua
iodonizando cristais
em alvos afectos
luzidias visões
puros desejos
cândidas carícias
claros olhares
brilhantes cavernas
ebúrneo sorriso
nevado perfume
branquejado beijo
de afagos lustrosos
em translúcidos amores


março 08, 2007

dia da mulher? todos os dias ...



para ti mulher. em forma de coração
toda a mulher merece o "seu"... adónis

março 06, 2007

pedra do guilhim, meu amor

guilhim em espera
guilhim beijada

guilhim cingida

Amor

rocha amor
acoita os beijos
desse imenso mar
trazidos pelas ondas
envoltas em espuma
num terno estreitar
rocha amor
observa a praia
enciumada
a areia raivada
de revoltados ciúmes
rocha amor
acolhe o mar feito eu
ouve os meus queixumes
directos precisos
viciosos sem pudor
desejos lascivos
depravados pervertidos
rituais do amor

poema e foto de: poetaeusou

março 05, 2007

»»»» janeladas recordaçoes ««««

... foi aqui, visado da janela ...
impulsos
(M/18)
vamos, proferes carinhosa
sim, deixa-me saudar este mar
vens á janela. ciumando
gritas extasiada, que lindo, belo
luar de Agosto de prateados afluxos
num impulso corres louca para a praia
soltando uma a uma as tuas roupas
em que eu, perplexo, as apanho
eu quero centelhas deste luar
não consegues amor, são reflexos
impulsiva mergulhas dois, três metros,
voltas triunfante, desnuda, liberta
a lua fluxava os teus pés, a que ajoelhei
beijei-os, subindo lentamente, tacteando
absorvi o gosto a mar nas tuas coxas
libei a dourada relva do teu jardim
matizada de areia dos meus desejos
exalando os molhados perfumes
dos espessos néctares do amor
cingiste-me numa única silhueta
abriste-te desejosa, no areal feito cama
enterrei-me na tua carne impulsivando
ondeámos a cada onda , ritmando
gritos de prazer expedias uma a uma
e na sétima onda a esperada, deliravas
desvairada, consciente, impulsionas-te
desvairado, consciente, impulsionei
desvairados, conscientes, impulsionamos
desvairados, conscientes, gritámos
queremos mais, muito mais e ainda mais
poema e foto: poetaeusou

março 04, 2007

»»semeia amizade colhes amor««

O amor é a seiva da vida

semeia amor, amor
nesta, naquele, quem te rodeia
regado pelas quentes lavas
incandescentes do teu corpo
sentimentos desabrochados em ti
no teu bosque de roxas violetas
a cor das volúpias desvairadas
matizadas com o verde esperançoso
e o rubro dos teus lábios unguentados
sentimentos, as sementes do amor
germinarão nas pedras das calçadas
nos becos, ruas, praças, nas estradas
fluindo para a meta da partida
esperando a partida da chegada
e tu homem mulher, amada amor
irás colher a luz do amor feita flor
do amor planta, no plantar amor
poemado: poetaeusou
pintura a : duo

março 03, 2007

»»»» ... aquela janela ... ««««

... virada para o mar ...
Sonhos/Realizantes

trazes tulipas azuis no teu regaço
azul dos sonhos, do céu, do mar
que desta acinzentada janela
alcança, estes olhos abrangentes
só sonhos meu amor e desditosos
lobrigo a tua ausentada, presença
sentindo os teus cadentes soluços
e acinzentadas, lágrimas mareantes
olvida essas memoriais brumas
sombras de uma sombra e não mais
sente, o perfume dos pinheirais
fragrâncias da mística realidade
viver este tempo não o esfumado
Mary, esquece a tua obscura noite
dos pântanos da vida sofredora
enganos, desdéns e desamores
rasga os versos dos teus rancores
ouve o galo do radiante amanhecer
de uma nova era o primeiro dia
escuta a harmoniosa sinfonia
plagia a praia, sentindo o mar
alvoroça, faz de ti uma Florbela
eu quero, amar, amar, (te) amar.
poema e foto: poetaeusou

março 02, 2007

»»» através do cortinado «««

»»»»» espreitadinhas «««««

é a minha cortinada janela
as janelas só vêem para fora
para esta aldeia global
vimos tudo aquilo que queremos
estou a ver o meu mar tranquilo
lembrando o indico, o pacifico
ontem esteve bravo, picado, ruim
a imitar o irmão nas dunas centrais
e na outra banda, costa da caparica
além da lua, mar, amor, sol, areal
gaivotas, desencontros e ilusões
desilusões, encontros, virtuais amores,
vou prosar, sobre a fanny, de beleza
escultural, linda, corpo de deusa
assedia-me com a única arma válida que
tem, a beleza, nada me diz, é oca, vazia,
de tudo, QI medíocre, um sofrível, QE
ela sabe ... não consegue é interiorizar,
que os anos alimentam-se da beleza
que, alem dela nada mais remanescerá
e os seus comportamentos ! diviso…
frontispício da minha cortina, o gesto
teatral, ela sabe que eu estou ali (aqui)
um sapato é retirado do pé com mestria
(sabedora: sapatos e cabelo o meu fraco)
supliciada visão de um endeusado corpo
curvado, linhas torneadas curvas, dignas
de da vinci, eu imaginando uma romeira.
e num chão de mármore espelhando
duas pequenas e apetecíveis romãs
pendentes, fascinantes, irisrosadas
tormentoso e repetitivo vislumbrar
meu corpo arde de enclausurado desejo
quais lanças cravadas no meu peito
não cedo a esta fogueira que me consome
apenas pergunto, fanny o que perdeste ?
olhos desejosos e lábios famintos respondem
não, deixa lá, não é nada, disse
tu é que me perdes grande estúpido , pensou

poemado e foto: poetaeusou