»»»»» espreitadinhas «««««
é a minha cortinada janela
as janelas só vêem para fora
para esta aldeia global
vimos tudo aquilo que queremos
estou a ver o meu mar tranquilo
lembrando o indico, o pacifico
ontem esteve bravo, picado, ruim
a imitar o irmão nas dunas centrais
e na outra banda, costa da caparica
além da lua, mar, amor, sol, areal
gaivotas, desencontros e ilusões
desilusões, encontros, virtuais amores,
vou prosar, sobre a fanny, de beleza
escultural, linda, corpo de deusa
assedia-me com a única arma válida que
tem, a beleza, nada me diz, é oca, vazia,
de tudo, QI medíocre, um sofrível, QE
ela sabe ... não consegue é interiorizar,
que os anos alimentam-se da beleza
que, alem dela nada mais remanescerá
e os seus comportamentos ! diviso…
frontispício da minha cortina, o gesto
teatral, ela sabe que eu estou ali (aqui)
um sapato é retirado do pé com mestria
(sabedora: sapatos e cabelo o meu fraco)
supliciada visão de um endeusado corpo
curvado, linhas torneadas curvas, dignas
de da vinci, eu imaginando uma romeira.
e num chão de mármore espelhando
duas pequenas e apetecíveis romãs
pendentes, fascinantes, irisrosadas
tormentoso e repetitivo vislumbrar
meu corpo arde de enclausurado desejo
quais lanças cravadas no meu peito
não cedo a esta fogueira que me consome
apenas pergunto, fanny o que perdeste ?
olhos desejosos e lábios famintos respondem
não, deixa lá, não é nada, disse
tu é que me perdes grande estúpido , pensou
poemado e foto: poetaeusou