novembro 30, 2007

>>>>>>>>> q u e r o - t e <<<<<<<<<


não é este sossego que eu quero
olhar o imenso mar o meu refugio
reinvento em mim novas esperanças
quero-te maré mulher minha ansiedade
meu abrigo da tempestade dos amores
quero cavalgar as ondas do teu corpo
solfejando teus delírios compassados
gemendo nos rochedos dos teus seios
surfando a sofreguidão do ardente cio
poema e foto: poetaeusou

novembro 29, 2007

>este post não tem conotação politica, homenagem a um escritor e amigo, só . o meu lema: sem algemas nem amarras e anti-nada >

38 anos da morte de Alves Redol
escultura de: José Dias Coelho,
o pintor que Zeca Afonso, cantou . . .
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
<<<<>>>>
Alves Redol
29-12-1911 - 29-11-1969
«»
>>>> nunca te esqueço <<<< «» imberbe, foi há um ror de anos, tenho sempre presente, parece que foi “amanhã”, Biblioteca da Nazaré, entro, boa noite meus senhores, o sr. Abel sempre presente, na companhia do seu amigo, Alves Redol, corro para as estantes, ouço uma voz, como te chamas… migo, Zé respondi, e eu António, o que vais escolher ? mais um livro do júlio verne, retorqui. Eu posso indicar um ? pode sr. Redol, eu até agradeço, sabes o meu nome? quem não o sabe na Nazaré . . .vais ler estes, lês um pouco de cada, vais gostar da experiência, e senti um estranho estímulo, quando recebi das mãos de Redol, Os Esteiros, do Soeiro Pereira Gomes e Quando os Lobos Uivam, de Aquilino, ouvindo estas palavras, Zé, os lobos não são aqueles que estás a pensar, esses em que pensas, só atacam com a fome, cuidado com os outros com duas pernas, os insaciáveis.
*
“ Amigo Redol, encontrei muitos lobos de enormes bocarras … e hoje tenho a capacidade de ler quatro/cinco, livros em simultâneo

*
> uma parte da obra de Redol < «» gaibéus, marés, os avieiros, fanga, anúncio, reisnegros, porto manso, horizonte cerrado, os homens e as sombra, vindima de sangue, olhos de água, a barca dos sete lemos, o cavalo espantado, barranco de cegos, o muro branco,
e,
uma fenda na muralha,
Alves Redol quis ver “in loco”, foi á pesca, no barco do mestre Zé Peixe, caiu uma borrasca, grande tormenta, o tio Zé Peixe tremeu com tamanha responsabilidade de ter a bordo o seu
amigo Redol, quis aproar a Peniche na altura, um porto mais seguro, confrontado Redol apenas disse, mestre sou apenas mais um camarada que está a bordo, vamos para a Nazaré.
O mar da Nazaré, prestou homenagem aos pescadores que engoliu durante séculos, e fez uma MURALHA entre o barco e o areal nazareno, fazendo sentir na pele de Redol, o quanto era desumana a forma como os pescadores ganhavam o seu sustento, mas . . . quem dirigia o barco era um mestre que respeitava o mar, Zé Peixe, esperou, esperou, pelo intervalo das 7 ondas, respeitou o mar, no chamado raso, enquanto o mar se espreguiçava, aproou ao areal, levando Redol a gritar, mestre Zé Peixe, isto é uma autentica fenda na muralha ...
<<<<>>>>
para Redol
poema de: António Salvado
*
barcos sem rios os gaibéus desciam
nas veias do silencio e da revolta
e era a viagem de nenhum regresso
na secura dos lábios renasciam
sementes do granito das origens
ou corações de xisto nas lezírias
distantes da saudade e do exílio
e era a viagem de nenhum regresso
levavam no seu rosto esse destino
em fome e nos seus olhos a tristeza
vivia sangue o pranto que se ouvia
pela noite tão longa do seu canto
( desciam até onde não sabiam
qual a viagem do nenhum regresso )

*
poema: António Salvado
texto de: poetaeusou

novembro 28, 2007

»»»»»»»»» traz - me «««««««««


traz-me de volta
o tempo que perdi
na ânsia de crescer
sem viver o tempo
frustrações presentes
de tempos malogrados
que por não aproveitados
desapareceram em mim
poema e foto: poeta eu sou
foto: album álvaro Laborinho

novembro 27, 2007

>>>> rochas escaldantes <<<<


sereia pedra
rocha mulher
mar de penedos
marés gemidas
olhar de espuma
volúpia ao vento
fragas de incenso
véus de maresias
lábios em fúria
seios ondulantes
amares, loucura,
rochas escaldantes
poema e fotos: poetaeusou

novembro 26, 2007

>>>>>>>>> sente - te <<<<<<<<<


não tenhas medo
dos teus quereres
funde as esperas
sente-te mulher
inebriante oásis
paraíso ardente
de abastada orgia
enfartado vulcão
em manto de estrelas
poema e fotos: poetaeusou

novembro 25, 2007

>>>> hoje estou pessoano . . . <<<<


procuro o meu passado
filtrando os pensamentos
dissimulando desilusões
em disfarces consentidos,
procuro a cativa incerteza
dos imprevisíveis segredos
instintivos impedimentos
das promessas devolvidas
poema e fotos: poetaeusou

novembro 24, 2007

»»»» o teu gosto ««««


nada me impede
de gritar ao vento
o vazio esculpido
pela tua ausência
constante sofrer
por não saborear
o mar do teu gosto
desconsolos amargos
de convulsos espasmos
poema e fotos: poetaeusou

novembro 23, 2007

>>>>>>>>> sem cais <<<<<<<<<


asas paradas
voando a remos
rumo á quimera,
temporal imenso
em serenas vagas,
alongadas velas
ao inactivo vento,
rochas navegando
a abrigado porto,
sem molhes… sem cais...
poema e fotos: poetaeusou

novembro 22, 2007

>>>> fotos tiradas esta manhã <<<<


em cada momento
sinto o reencontro
em esculpido olhar,
coloridos dispersos
e contorcidas palavras
desnudando os beijos
dos retratados poemas,
silhuetas repercutidas
no vai e vem das marés
poema e fotos: poetaeusou

novembro 21, 2007

>>>>>>>>> q u e r o - t e <<<<<<<<<


é ao entardecer
advento da noite
que a tua ausência
penetra em mim,
sonhos trespassados
por deprimido ardor,
no instante preciso,
exclamo aos ventos,
não vou imaginar-te
quero a tua presença
poema e fotos: poetaeusou

novembro 20, 2007

>>>>>>>>> t r a g o <<<<<<<<<


comigo trago
o travo da vida
no túnel do medo
do teu labirinto
solidão dos sonhos
angustia sentida
em exaustas buscas
perdidas por mim
á tua procura
poema e fotos: poetaeusou

novembro 19, 2007

>>>>>>>>> há um século <<<<<<<<<


rogo–te amor
não me tortures,
cobre o teu corpo
despe-o só para mim,
ao banhares-te na praia,
tapa os tornozelos,
não sigas as modas
se só eu posso vê-los,
porque me incomodas ?
fotos: Álvaro Laborinho
poemado: poetaeusou

novembro 18, 2007

>>>>>>>>>...se eu fosse . . .<<<<<<<<<


se eu fosse o mar
ordenava ás ondas
que se aquietassem
ao pisares a praia,
pediria ás brisas
que te perfumasse
com beijos de iodo
encharcados de mim
poema e fotos: poetaeusou

novembro 17, 2007

>>>>>>>>> b e i j o <<<<<<<<<



misterioso sabor
têm os teus lábios
que me contaminam
e a que me submeto
húmidos paladares
gustação dos deuses
neptuno dos mares
minha sereia, anfitrite
poema e fotos: poemaeusou

novembro 16, 2007

»»»»»»»»» c h u v a «««««««««


invento a chuva
sonhando a invernia
delírios derramados
buscando volúpias
instintivos disfarces
loucuras desinibidas
em mantos rasgados
das condensadas nuvens
poema e fotos: poetaeusou

novembro 15, 2007

»»»»»»»» memórias «««««««««


na dança dos olhares
em amparos procurados
desnudo os meus sonhos
disseminando inocências
em ambições percorridas
mergulhando as memórias
na sofreguidão do presente
poema e fotos: poetaeusou

novembro 14, 2007

»»»»»»»»» e n c a n t o s «««««««««


como tu fascinas
o meu terno olhar
visões sedutoras
em claros ângulos
infinitas vertentes
acordes sinfónicos
harmoniosas cores
mergulhados veres
de encantos cativos
poema e fotos: poetaeusou

novembro 13, 2007

>>>>>>>>> quero ficar <<<<<<<<<


escuta terra
não vou contigo
quero ficar
bebendo o sol
segue a tua rota
o teu destino,
leva-me ocaso
pôr-do-sol meu
sentir o prazer
de sublime orgia
tragar a beleza
sol navegado
de amor ungido
meu íman amado
poema e fotos: poetaeusou

novembro 12, 2007

» meu vendaval . . . o teu pensar «


em ti reside
a cor do vento
quando tu olhas
quando tu pensas
trazes um jardim
nos pensares teus
jasmins de gestos
sorrisos em lírios
cálidas papoilas
rosas sem espinhos
poema e fotos: poetaeusou

novembro 11, 2007

> esta manha meia maratona da nazaré <





maratona rumo
cabelos ao vento
suor flutuando
nas brisas do mar
suspensas maresias
pheidippides o heróico
de maratona a atenas
Nazaré, olimpica maré
deusa do meu palmilhar
poema e fotos: poetaeusou

novembro 10, 2007

»»»»»»»»» v a g u e i o «««««««««


em redor de mim
vagueio nos trilhos
vencendo obstáculos
nos passos perdidos
misturando passados
e achadas lembranças
deduzindo os dias
aos somados tempos
poema e fotos: poetaeusou

novembro 09, 2007

>>>>>>>>> encosta-te <<<<<<<<<


febril olhar
de raiado sol
a rocha luzindo
carícias de mim
encostados tactos
em marés de silencio
edificando nas pedras
reconstruídos horizontes
poema e fotos: poetaeusou

novembro 08, 2007

>>>>>>>>> alado amor <<<<<<<<<


em voos difusos
e letras disjuntas,
as minhas frases
navegam em ti,
como o teu cheiro,
perfume de sílabas
de emoções sentidas
gastando as palavras
em soltados poemas,
gaivotas em espasmos
meu amor alado,
esvoaçando ao vento,
poemas e fotos: poetaeusou

novembro 07, 2007

>>>>>>>>> abraços <<<<<<<<<


vem meu poema
sobe esta falésia
penhascos, fragas
mar dourado olhar
mutável desejo
em vincadas cores
abraços, tentáculos
de infinito corpo a corpo
poema e fotos: poetaeusou

novembro 06, 2007

>>>>>>>>> r e g a ç o s <<<<<<<<<


busco o murmúrio
das soltas miragens
desertos dissolvidos
em salgados ventos
rotas fracassadas
de frustrado norte
rumo melancólico
em bússola perdida
procurando refúgio
no porto dos regaços
poema e fotos: poetaeusou

novembro 05, 2007

>>>>>>>>> e n t r e g a s <<<<<<<<<


meu olhar desliza
trilhando teu corpo
teus poros sugando
condensados de sal
visão geométrica
sereia ondulada
rituais de ninfas
vagas de luxúria
espumando entregas
poema e fotos: poetaeusou