novembro 28, 2009

>>>>>Relembro Redol com palavras já ditas . . .<

naquele tempo . . . era assim !
Alves Redol
escultura de: José Dias Coelho, que Zeca, assim cantou . . .
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai .
***
40 anos da morte de Alves Redol
> Alves Redol 29-12-1911 - 29-11-1969 < *****

>>>> nunca te esqueço, imberbe, foi há um ror de anos, tenho sempre presente, parece que foi “amanhã”, Biblioteca da Nazaré, entro, boa noite meus senhores, o sr. Abel sempre presente, na companhia do seu amigo, Alves Redol, corro para as estantes, ouço uma voz, como te chamas… migo, Zé respondi, e eu António, o que vais escolher ? mais um livro do Júlio Verne, retorqui. Eu posso indicar um ? pode sr. Redol, eu até agradeço, sabes o meu nome? quem não o sabe na Nazaré . . .vais ler estes, lês um pouco de cada, vais gostar da experiência, e senti um estranho estímulo, quando recebi das mãos de Redol, Os Esteiros, do Soeiro Pereira Gomes e Quando os Lobos Uivam, de Aquilino, ouvindo estas palavras, Zé,
os lobos não são aqueles que estás a pensar, esses em que pensas,
só atacam com a fome, cuidado com os outros com duas pernas,
os insaciáveis.
<<<>>>
“ Amigo Redol, encontrei muitos lobos de enormes bocarras …
e continuam a pulular . . . a enxamear, talvez . . . ”
*****
> uma parte da obra de Redol < «» gaibéus, marés, os avieiros, fanga, barranco de cegos, anúncio, reisnegros, porto manso, horizonte cerrado, os homens e as sombra, vindima de sangue, olhos de água, a barca dos sete lemos, o cavalo espantado, o muro branco, e Uma Fenda na Muralha
Alves Redol quis ver “in loco”, foi á pesca, no barco do Mestre José Formiga Peixe, caiu uma borrasca, grande tormenta, o tio Zé Peixe tremeu com tamanha responsabilidade de ter a bordo o seu amigo Alves Redol, quis aproar a Peniche na altura, um porto mais seguro, confrontado Redol apenas disse, mestre sou apenas mais um camarada que está a bordo, vamos para a Nazaré. O mar da Nazaré, prestou homenagem aos pescadores que engoliu durante séculos, e fez uma MURALHA entre o barco e o areal nazareno, fazendo sentir na pele de Redol, o quanto era desumana a forma como os pescadores ganhavam o seu sustento, mas . . . quem dirigia o barco era um mestre que respeitava o mar, Zé Peixe, esperou, esperou, pelo intervalo das 7 ondas, respeitou o mar, no chamado raso, enquanto o mar se espreguiçava, aproou ao areal, levando Redol a gritar,
Mestre Zé Peixe, isto é uma autentica fenda na muralha ...
*****
Texto : poetaeusou . . .
*****
***
*
Para Redol, um Poema do seu amigo António Salvado
*
barcos sem rios os gaibéus desciam
nas veias do silencio e da revolta
e era a viagem de nenhum regresso
na secura dos lábios renasciam
sementes do granito das origens
ou corações de xisto nas lezírias
distantes da saudade e do exílio
e era a viagem de nenhum regresso
levavam no seu rosto esse destino
em fome e nos seus olhos a tristeza
vivia sangue o pranto que se ouvia
pela noite tão longa do seu canto
( desciam até onde não sabiam
qual a viagem do nenhum regresso )
*****
poema de: António Salvado
*****
Porque te esqueceram Redol ?
*****

50 comentários:

Luna disse...

Existem pessoas que jamais morrem, são as que nos tocaram o coração
Bonita homenagem ainda que com palavras já ditas, são palavras sentidas, e só essas são as importantes e fazem a diferença.

beijos nossos

Sonia Schmorantz disse...

Lindo este poema de Antônio Salvado!
ótimo fim de semana para ti
abraço

RETIRO do ÉDEN disse...

Poeta,
Logo nesta manhã de nevoeiro cerrado, aqui por S.Domingos...ou foi do nevoeiro ou das palavras escritas, chorei.

Forte, abraço
Mer

Fragmentos de Elliana Alves disse...

A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas. (Horácio)


Bommmmmmmmmm diaaaaaaaaa
e bom final de semana;

poetaeusou . . . disse...

*
Multiolhares
,
no silencio das palavras,
canta o respeito das memórias . . .
,
beijos nossos,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Sonia Schmorantz
,
á amizade,
,
Uma criança muito suja
atira pedras a um cão.
O cão não foge.
Esquiva-se
e vem até junto da criança
para lhe lamber o rosto.
Há, depois, um abraço apertado,
de compreensão e de amizade.
E lado a lado,
com a mãozinha muito suja
no pescoço felpudo,
lá vão, pela rua estreita,
em direcção ao sol.
,
in - António Salvado,
,
límpidas Conchinhas, ficam,
*

poetaeusou . . . disse...

*
RETIRO do ÉDEN
,
chorar é sinal de lucidez,
eu choro com assiduidade
e não é por chorar
que sou lamechas, choro
com as vicissitudes da vida,
com disforme e o belo,
com a alegria e a tristeza,
choro de mim e comigo . . .
,
Mer
maresias de carinho, deixo,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Fragmentos de Elliana Alves
,
Horácio o ponderado . . .
,

O fracasso descobre o génio;
o sucesso esconde-o . . .
,
in-horácio
,
conchinhas luzeantes, deixo,
*

Fá menor disse...

"A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai ."
Inesquecível!

Deves sentir-te orgulhoso de teres privado com ele, assim, de perto.

Bjos

gaivota disse...

és fantástico! relembrar o que já já é tanto dito e nunca é demais, é como se fosse a primeira vez!
naquela altura a biblioteca era quase pessoal... com outros espaços, que hoje tão lindos!
a tua recordação é imensa e a saudade de outrora mais que presente!
piliparessssssssssss
(vai lá ver a exposição do tá-mar, ao sul, no centro cultural...)

FOTOS-SUSY disse...

OLA POETA, BELISSIMA POSTAGEM...ADOREI...VOTOS DE UM BOM FIM DE SEMANA AMIGO!!!
BEIJOS DE AMIZADE,



SUSY

Filó disse...

Uma bonita e sentida homenagem a um grande escritor..
Escrever o que se sente e conseguir transmitir aos outros o que nos vai na alma é um feito maravilhoso
Muito bonito Poeta.
Um beijo amigo.
Bom domingo

Ana Isabel disse...

Muito bonito recordar Alves Redol desta maneira.


Um abraço e um bom fim de semana.

poetaeusou . . . disse...

*
Fa menor
,
bairro
meu Bairro negro
onde não há pão
não há sossego
menino pobre o teu lar
queira ou não queira o papão
há-de um dia cantar
esta canção
,
In - Zeca,
,
conchinhas deixo,
*

poetaeusou . . . disse...

*
gaivota
,
Linda
,
esta biblioteca,
ainda existe
no mesmo espaço
á mais de 70 anos,
sou o sócio nº 14,
fica ao cimo das esplanadas
na curva para o correio . . .
,
é uma colectividade, as outras
pertencem ao Sistema, srsrsr,
,
Pilipares
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
FOTOS-SUSY
,
amiga
passa em paz
o fim de semana,
,
brisas serenas,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Filó
,
cantou o Tejo
e a sua Vila Franca de Xira,
Os Avieiros,
foi um grito de revolta . . .
,
conchinhas, deixo,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Ana Isabel
,
a obra de Alves Redol,
é um grito de Humanidade,
,
nunca se serviu dos credos,
nas várias religiões,
nem saneou chefes de família,
em algum jornal Português . . .
,
conchinhas de amizade, deixo,
,
*

Beijinhos de cor disse...

Poeta dos meus encantos

Tens aqui alguém que nunca esquecerá Alves Redol! Servi-me dele durante toda a minha carreira, para encantar a juventude com as suas lindas histórias para crianças.

Assim de repente lembro-me da "saga da Maria " uma flor que vai ver o Mar", "A Flor vai pescar num bote , "Uma flor chamada Maria"...

Alves Redol, ensinou-me um pouco, como das palavras fazer magia, percorrendo a distância entre a realidade e o sonho.

Também eu um dia fui uma flor que queria ser menina, uma Menina chamada Maria Flor, que mais tarde ha-de abrir o livro das surpresas!

Já agora, e porque a época se aproxima,deixo aqui o convite para lerem as quatro histórias de Natal, que o teu amigo Redol nos deixou no seu livro "Histórias Afluentes" (São uma ternura terrivelmente reais!)

Tens sorte em tê-lo conhecido e teres podido com ele guardar os sonhos do Constantino.

Beijinhos cheios de Marias Estrelas

gaivota disse...

poetaeusou
sim, eu sei! não sabia que ainda existia, é verdade, porque lembro-me bem de ser lá a feira do livro...
não te esqueças de ir ver a exposição lá ao sul!
piliparessssssss

poetaeusou . . . disse...

*
Pó de Estrela
,
penso que falta
a Vida Mágica da Sementinha,
o Constantino . . .
o Constantino não gosta da escola,
prefere ir aos pássaros,
os peixes são a via do seu sonho,
serralheiro de navios,
talvez calafate, digo eu . . .
construir um barco é a meta,
hááá Constantino,
se fosse hoje, em qualquer
porto de pesca, com centenas
de barcos a apodrecerem
e á espera de abate, o teu
sonho facilmente se realizava . . .
,
conchinhas floridas,
*

poetaeusou . . . disse...

*
gaivota
,
eu sei que sabes
e
sabes muito bem
o que eu sei . . .
,
era a feira do livro,
no presente é no C. Cultural.
,
pilipares,
,
*

Val Du disse...

Poeta,

Bela homenagem, grande lembrança.

Beijos.

Duarte disse...

Valente, este teu dizer, pelo reconhecimento: é de bem nascido, ser agradecido.

Homens de antes quebrar, pessoas integras, são as que deixam sinais de identidade.

Li então e com o de hoje, estas são as coisas que se devem recordar, convém que não entrem no rol do esquecimento, reafirmo a minha intuição.

Os meus parabéns e o agradecimento pela partilha. Serviu para conhecer-te melhor, ia bem encaminhado...

Abraço-Te como amigo

poetaeusou . . . disse...

*
Val Du
,
grato, amiga,
,
conchinhas floridas, deixo,,
,
*

L e n a disse...

Bela homenagem a este grande homen Alves Redol...
Nunca sera esquecido, graças a pessoas assim como tu...

um beijo !

poetaeusou . . . disse...

*
Duarte
,
apenas justiça, amigo,
como sou partidário do SANA,
Sem Amarras Nem Algemas,
digo-te que em Portugal ser
JUSTO é sinónimo de Idiota,
Ingénuo, Imbecil . . .
não sei se o sou,
porém tenho uma certeza,
fui, sou e serei sempre JUSTO !!!
,
Olha Duarte,
divaguei . . . é do Benfica .
,
um abraço, fica .
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Lena
,
amiga,
Alves Redol,
foi um amante da Nazaré,
deixou-nos um Livro,
e foi Argumentista
do Filme Nazaré,
,
Na Nazaré nunca será esquecido,
,
brisas serenas,
,
*

Maria disse...

Histórias que se eternizam e ficam na história para futuras gerações.
Dos heróis, desaparecem os corpos mas ficam as bandeiras. mesmo que não desfraldadas, nas memórias estarão guardadas.
Bela homenagem- poeta-que-és

Sol da meia noite disse...

Os momentos guardados no coração são imortais.

Uma sentida e bela homenagem, aqui deixas.


Jinhos amigos * *

maria disse...

Junto-me a ti
numa merecida homenagem

Fica bem

Justine disse...

O teu veemente post ajuda a não o esquecer!
Abraço

Paula disse...

Grande homenagem que fizeste a este grande escritor.
O primeiro livro que li dele foi "Esteiros" tinha eu 17 anos, e adorei!
Um grande beijinho,
Ana Paula

Cândida Ribeiro disse...

Um belíssimo texto, com que homenageou Alberto Redol.
Com ele, deu a conhecer um pouco mais da história e obra de Alberto Redol e contribuiu para perpetuar a sua memória.
Deve ter sido um privilégio tê-lo conhecido tão de perto e ter lido livros aconselhado por ele.
Obrigado pela partilha de tão belo poema de António Salvado.

Abraço de luz

poetaeusou . . . disse...

*
Maria
(blog um ponto
de interrogação)
,
memórias sempre vivas,
de quem nos marca . . .
,
memoriais conchinhas, deixo,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Sol da meia noite
,
eterna magia
de quem gostamos,
,
um mar de jinos, deixo,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
maria
( daisies and roses)
,
ar escaldava; lambia-lhes de febre os
rostos corridos pelo suor e vincados por
esgares que o esforço da ceifa provocava.
O Sol desaparecera há muito, envolvido
pela massa cinzenta das nuvens cerradas.
Os ceifeiros não o sentiam penetrar-lhes a
carne abalada pela fadiga. Lento, mas
persistente, parecia ter-se dissolvido no ar
que respiravam, pastoso e espesso.
Trabalhavam à porta de uma fornalha que
lhes alimentava os pulmões com metal em fusão.
Quase exaustos, os peitos arfavam num ritmo de
máquinas velhas saturadas de movimento.
,
Gaibéus . Alves Redol,
,
conchinhas florids,
deixo,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Justine
,
um mar de jinos
ficam,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Ana
,
Menina dos olhos de água,
,
Aprendi nos 'Esteiros' com Soeiro
e aprendi na 'Fanga' com Redol
Tenho no rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo
Aprendi a amar a madrugada
que desponta em mim quando sorris
És um rio cheio de água lavada
e dás rumo à fragata que escolhi .
,
in - Pedro barroso
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Canduxa
,
o melhor livro que
Redol nos deixou,
foi o seu trato
a sua humildade
o seu saber,
um Homem
acima do Escritor .
,
brisas serenas, deixo,
,
*

Baila sem peso disse...

40 anos que não esqueces
porque não só o escritor
tu aqui enalteces...
é talvez a admiração
pelo HOMEM, que conheceste
pelo bem, que lhe reconheces
pelo que ele simboliza...
obrigada pelo conhecimento
que chega numa brisa
e nos afaga o momento!
É sempre linda a homenagem...
E o Zeca aqui também disse...
E António Salvado
também foi lembrado...
Bonito teu gesto,
que nele importa, todo o resto!

beijinho

Jacarée e Baby disse...

PARABÉNS.... BELA HOMENAGEM.

"40 anos da morte de Alves Redol"
Não é nada comparado com a imortalidade, vai ser sempre um amigo que nos acompanha.
Borrifes de Jacarée

Lilá(s) disse...

Gostei tanto de recordar! e ler...
bjs

São disse...

Comvente , este teu excelente testemunho acerca de um Homem e de um grande escritor.

Li quase todas as obras que aí enuncias, considerando "Barranco de Cegos" a melhor.

Grito contigo a indignação de o cobrirem de silêncio e olvido, mas como poderia deixar de seer assim se - como tu próprio dizes - os lobos continuam aí, de boca cada vez mais esfaimada?!

Um abraço sentido e fraterno para ti, Companheiro!

SAM disse...

Confesso que fiquei um bom tempo estacionada nesta postagem...Deixei-me levar pelo sentimento do poeta....Completamente envolvida pela beleza e conteúdo meditativo. Obrigada.




Beijos

poetaeusou . . . disse...

*
Baila sem peso
,
grato amiga,
sei que não estou sozinho,
,
o homem superior é aquele,
que cumpre sempre o seu dever,
,
In-Eugéne Ionesco,
,
conchinhas de gratidão,
deixo,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Jacarée
,
comungo,
faço minhas as tuas palavras,
,
saudações,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
Lilá(s)
,
os livros
que deixou
é a prova que está
sempre presente,
,
conchinhas, ficam,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
São
,
A Barca dos Sete Lemes,
marcou-me profundamente .
,
ao Escritor,
não conseguem amordaça-lo,
,
conchinhas serenas,
ficam,
,
*

poetaeusou . . . disse...

*
SAM
,
as tuas palavras,
caem em mim
como favos de mel,
obrigado,
,
brisas nocturnas,
ficam,
,
*