Nem os Floreados
não, não ensandeci,
sou sonhado espelho
em que me bajulo
chamando-me rei - sol
e, eu narcisista
entro em paranóia
espalhando leques,
vaidoso, desnudo,
engano os incautos
cerzindo imagens
de plumas vestido,
as penas difundo
punidas de dor,
tratadas sanções
nas cores do equivoco,
vou pavaneando,
atraio atenções,
ostento a mentira,
encobrindo a verdade,
desvendo a penugem
nas contradições
para disfarçar,
e, ao acordar,
fácil, é imaginar,
que pavão, eu não sou,
nem o espelho, é meu !
poema e fotos:poetaeusou