os búzios do meu fadário !

os buzios do meu desnorte

o

são cantos do meu destino .

*****

sonhei que o areal
eram buzios alinhados
pendurados
em correctas assimetrias,
os seus sons
soletravam nostalgias
inventando novos tons
de musica celestial .
nas partituras
as cadências repensavam
absorvendo os solfejos
da tua voz angelical .
foi quando compreendi
que os búzios do meu caminho
quando virados ao norte
indicam a casa d’água,
para uns, a casa da sorte,
a outros casa da mágoa,
em mim, é o meu desnorte,
só porque trilho sem nexo,
assumindo o complexo,
de não estares junto a mim !
palavras e fotos:poetaeusou.

o amor que me prendeu, desfez-se em fumo !

navego agora em mar de calmaria .

e ao leme do esquecimento .

deixo para trás, as minhas mágoas

.*****

abri os meus neurónios

nas cinzas de quarta-feira
omitindo o Carnaval,

não quero ser, a borralha

que anuncia a frustração

alterando o sim, num não

na fogueira que sustenta

a incineração do amor .

jamais sofrerei

com a minha desventura,

vou ser um mar de batalhas

vencendo laços inseguros

que me dão só amarguras,

abrirei brechas nos meus muros

repartindo a minha dor

com o ar frio das agruras,

e sem de aqui sair,

bem longe, algures,

conquistarei as ironias

que tu nunca entendestes,

perdidas nas ventanias !

palavras e fotos:poetaeusou.

Menina dos olhos de água !

minha amiga, Gaivota/São, para ti !

força, muita força, São/Gaivota !

*****

para alguem, junto ao mar !

*****

fui à beira de ti
entardecer

junto ao mar,

lavar-me

na tortura da saudade,

sonhando

nas iludidas perfeições.

fui à beira de ti

entardecer

nos teus abraços,

aturdido

nas buscas que denunciam,

o telhado

das entranhas do meu cais,

fui à beira de ti

entardecer nos teus olhos,

sulcar sem rumo

os teus lábios,

sorver

o palato das desventuras,

exorcizar

os agoiros e as angustias,

rugidos

de sinfonias sem compasso !

palavras e fotos: poetaeusou

Ai. os teus passos de gazela saltitante !

no teu negro cabelo

nascem rosas branqueadas

*

 apetece-me

falar em flores

rosas brancas

no teu negro cabelo,

se soubesses o que imagino

quando ouço

os teus passos de gazela,

recolhias as pétalas

no florido botão que tu és,

é por ti

que vagueio pelos jardins

nas noites sem luar

e,

no escuro breu

pinto as tuas cores

com pincéis de palavras

nas telas brancas

dos níveos "becos"

da minha imaginação,

soletrando poemas

no teu aroma,

rasos de orvalho

e sedentos de consolos

na solidão das manhãs !

palavras e fotos:poetaeusou ...

qualquer dia . . .

são lágrimas tuas e  minhas !

relâmpagos . . . meus e teus !

***

estas nuvens que tu vês

destino de um amor triste
são mágoas do meu fadário,

esperas não concretizadas

de sonhos que não findaram !

estas nuvens que tu vês

são poemas por escrever,

trazem ritmos por compor

mantos cobrindo o desejo

em cadências de espanto,

são lágrimas, tuas e minhas,

relâmpagos . . . meus e teus !
palavras e fotos:poetaeusou

É Carnaval, irmãos Troyka, Passos e Seguro, digo eu

Rochedo Insolente  . . .

uma piteira espinhada

*

a troyka deu á costa

num rochedo insolente
buraco descomunal,

porque razão escolheu

de forma tão petulante

a época do Carnaval ?

e o que fez a rocha

vizinha aristocrata

de sangue azul, altaneira,

reagiu desacertada . . .

na forma de uma cegada

com os espinhos de uma piteira,

ao longe,

uma marcha infernal,  zunia . . .

*

eles…… o meu buraco

elas…. a minha buraca

eles.... sofreu mau trato

elas...,…… perdi a rata

todos >>>>

esses ratões,

bem á maneira

rataram o continente

e os jardins da madeira,

lálálá,

patchim, pumpum,

lálálá,

patchim, pumpum,

tudo a sacar

e o Zé Povinho sem nenhum !

*

palavras e fotos:poetaeusou